Santander aponta quem ganha e quem perde na B3 com a expansão das canetas emagrecedoras

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São Paulo, 1º de dezembro de 2025 – Um relatório do Santander detalha os impactos da popularização dos medicamentos análogos ao hormônio GLP-1, conhecidos como “canetas emagrecedoras”, sobre empresas listadas na B3. O banco projeta que as vendas desses produtos devem alcançar R$ 11 bilhões em 2025, resultado 80% superior ao de 2024.

Setores com perspectiva positiva

A análise indica ganho potencial para academias e varejistas de moda esportiva, impulsionados pelo aumento da prática de exercícios. Companhias de beleza e maquiagem também tendem a se beneficiar do avanço da autoestima entre os usuários.

No agronegócio, frigoríficos como JBS, Marfrig (MBRF3) e Minerva (BEEF3) podem ampliar vendas graças ao maior consumo de proteínas.

Entre as farmacêuticas, o destaque é a Hypera (HYPE3). O Santander espera que a companhia alcance 6% do mercado de semaglutida em 2028 e registre crescimento aproximado de 4% no Ebitda com os novos produtos. A queda da patente da molécula, prevista para março de 2026, deve intensificar a competição com Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk.

No varejo farmacêutico, a participação da categoria GLP-1 nas receitas das farmácias deve subir de 2,9% para 7,2% até 2030. A RD (RADL3), controladora das redes Drogasil e Droga Raia, aparece como principal beneficiada por sua capilaridade – 16% de market share nacional e 30% no Estado de São Paulo. Pague Menos (PGMN3) e a fabricante de cosméticos Natura também figuram entre as empresas com cenário favorável.

Companhias com impacto negativo

O banco avalia que a mudança de hábitos alimentares tende a pressionar setores de bebidas alcoólicas e ultraprocessados. A Ambev (ABEV3) pode sofrer com a redução no consumo de cervejas e refrigerantes, enquanto a M.Dias Branco (MDIA3) deve sentir recuo nas vendas de biscoitos e snacks. A menor frequência a redes de fast-food é apontada como desafio para a Arcos Dorados, franqueadora do McDonald’s na América Latina.

Impacto neutro

Supermercados Assaí (ASAI3), GPA (PCAR3) e Grupo Mateus (GMAT3) tendem a ficar em campo neutro. Embora possa haver queda no volume de compras, itens de maior margem, como proteínas e hortifrúti, compensam parte da perda.

Laboratórios Fleury (FLRY3) e Dasa (DASA3) devem manter a demanda por exames, pois usuários de GLP-1 necessitam de acompanhamento frequente. Para a controladora de hospitais Rede D’Or, o menor número de cirurgias bariátricas e internações pode ser contrabalançado pela procura por cirurgias plásticas reparadoras.

Alcance restrito e possível expansão

Maria Paula Cantusio, líder de Brazil Equity Strategy do Santander, lembra que o tratamento ainda se concentra em adultos com excesso de peso das classes A e B, cerca de 10% da população. O custo permanece elevado e, mesmo após o fim da patente, a estimativa é de queda de preços entre 15% e 30%. Caso os medicamentos sejam incluídos no rol do SUS e dos planos de saúde privados, a cobertura pode atingir 48% da população adulta.

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