Jurista aponta crescimento de ações contra gigantes de tecnologia e diz que empresas se tornaram “terceiro poder mundial”

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São Paulo – O jurista e auditor sênior em ciências forenses Sthefano Cruvinel, 38, afirma que o número de processos movidos por companhias brasileiras contra grandes fornecedores de software cresce de forma “exponencial” desde 2017, ano em que fundou a empresa de perícia independente EvidJuri.

Segundo ele, a alta das disputas judiciais acompanha períodos de maior risco-país. “Quando o cenário econômico aperta e as margens de lucro encolhem, as big techs precisam vender mais projetos. A agressividade comercial sobe e a qualidade cai”, disse em entrevista. Para Cruvinel, esse comportamento transforma as gigantes de tecnologia no que chama de “terceiro poder mundial”, já que detêm dados, informações e contratos que favorecem seus interesses.

Ações na Justiça

O auditor explica que muitos projetos de software são oferecidos a valores inferiores ao custo real. “Há casos em que o fornecedor sabe que a implementação custa R$ 1 milhão e vende por R$ 300 mil. Quando o orçamento estoura, envia novos boletos e não paga juros por essa ‘dívida’”, afirmou.

De acordo com Cruvinel, apenas uma em cada dez empresas lesadas ingressa na Justiça, e a maioria perde. Entre os motivos, ele cita contratos redigidos pelas próprias big techs, conhecimento técnico desigual e a demora processual, que “asfixia” o caixa do cliente.

Atuação da EvidJuri

No contencioso, a EvidJuri atua para obter anulação de sentenças ou revisão dos valores discutidos. Em um caso citado pelo jurista, um cliente condenado a pagar R$ 18 milhões à Oracle virou credor de R$ 12 milhões após o tribunal reconhecer a necessidade de perícia técnica que não havia sido realizada.

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Imagem: redir.folha.com.br

Cruvinel afirma enfrentar represálias. “A Siemens me processou porque contestou o valor de R$ 50 milhões divulgado em uma reportagem. Também entrei com ação contra a empresa”, relatou.

Perfil

Sthefano Cruvinel
– 38 anos, nascido em Sacramento (MG) em 1987
– Jurista e auditor sênior em ciências forenses
– Especialista em Contratos e M&As pela Fundação Getulio Vargas
– Atua como conselheiro e parecerista no Superior Tribunal de Justiça
– CEO da EvidJuri, fundada em 2017

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