A OpenAI anunciou nesta quinta-feira (7) o GPT-5, nova versão de seu modelo de inteligência artificial, destacando recursos voltados a consultas sobre saúde. No evento, uma paciente com câncer chamada Carolina relatou ter recorrido ao ChatGPT para interpretar exames e tomar decisões durante o tratamento.
Ao lado do marido e do CEO da OpenAI, Sam Altman, Carolina explicou que utilizou uma versão anterior do chatbot desde o diagnóstico de “carcinoma invasivo”. Segundo ela, a ferramenta ajudou a compreender laudos médicos e a buscar “decisões informadas” quando havia divergência entre especialistas.
Especialistas alertam que a IA pode auxiliar médicos, mas representa risco se empregada por leigos, devido a possíveis desatualizações ou respostas imprecisas. A própria OpenAI reforçou que o ChatGPT não substitui profissionais de saúde e deve ser usado como “companheiro” para entender resultados e formular perguntas aos médicos.
O GPT-5 começa a ser liberado hoje para todos os usuários. Assinantes pagos terão limites maiores de uso e acesso à modalidade GPT-5 Pro. A empresa informou que aposentará versões anteriores, afirmando que alternar entre múltiplos modelos tornou-se confuso.
Classificado como modelo de “raciocínio profundo”, o GPT-5 identifica automaticamente quais ferramentas acionar conforme a complexidade da solicitação. Altman comparou a experiência a “ter uma equipe de especialistas com doutorado no bolso”.
A OpenAI exibiu exemplos de programação assistida, criação de aplicativos e escrita de textos literários. A empresa também destaca redução de 26% na frequência de alucinações em relação ao GPT-4o.
Lançado em julho, o modo agente permanece integrado, permitindo conexões com e-mails, agendas e outros serviços. Para o professor do Insper e consultor de IA Pedro Burgos, o novo modelo simplifica a interação: “os prompts ficam cada vez mais simples, ele interpreta melhor a vontade do usuário”. Burgos avalia que as capacidades de programação podem reforçar a liderança da OpenAI no segmento.
Imagem: redir.folha.com.br
Executivos de startups de codificação auxiliada por IA, como Cursor e Lovable, endossaram o GPT-5 durante a apresentação. Já em redação, a companhia promete “profundidade literária e ritmo”.
Altman declarou que o GPT-5 aproxima a empresa da chamada inteligência artificial geral (AGI), conceito ainda sem consenso científico sobre superar capacidades humanas.
O lançamento ocorre na mesma semana em que a OpenAI liberou dois modelos abertos e gratuitos para desenvolvedores e pesquisadores, seis meses após avanços da chinesa DeepSeek nesse formato. Desde a estreia pública do ChatGPT, há três anos, a companhia vinha aumentando a confidencialidade sobre suas tecnologias.
Com o GPT-5, a OpenAI busca consolidar sua posição em um mercado de IA cada vez mais competitivo, oferecendo mais recursos a usuários gratuitos e profissionais.