Cresce número de demissões nos EUA por postagens sobre assassinato de Charlie Kirk

Mercado Financeiro24 minutos atrás6 pontos de vista

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Mais de 30 empresas e instituições dos Estados Unidos já demitiram ou suspenderam funcionários por comentários feitos nas redes sociais após o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, ocorrido na semana passada. Entre os afetados há agentes do governo, professores, profissionais de saúde, jornalistas e trabalhadores de companhias aéreas.

Pressão para punições

Na segunda-feira (15), o vice-presidente J.D. Vance, que apresentou o podcast de Kirk, incentivou ouvintes a informarem empregadores sobre qualquer pessoa que comemorasse a morte do influenciador. “Quando vir alguém celebrando o assassinato de Charlie, denuncie”, afirmou. “Ligue para o chefe deles.”

No mesmo período, um site batizado de Fundação de Dados Charlie Kirk divulgou lista pesquisável com nomes de pessoas acusadas de publicar mensagens críticas sobre o crime. No domingo (14), o cadastro já reunia mais de 63 mil perfis; em seguida, a página saiu do ar. Os responsáveis não se identificaram.

Casos sob investigação

O Serviço Secreto confirmou que apura a conduta do agente Anthony Pough, afastado depois de escrever no Facebook: “Se você está de luto por esse cara… me exclua”, além de associar a morte de Kirk a “karma”. Parlamentares republicanos, como a senadora Marsha Blackburn, exigem sua dispensa imediata.

Na Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, um funcionário foi demitido e dois professores foram colocados em licença após publicarem conteúdo considerado inadequado. O trabalhador afirmou que as pessoas deveriam “ser um Tyler Robinson ou um Luigi Mangione”, referência ao acusado de matar o executivo Brian Thompson em dezembro.

Em Nova Jersey, o hospital Englewood Health aceitou a renúncia de um cirurgião investigado por dizer diante de colegas: “Eu odeio Charlie Kirk. Ele pediu por isso. Mereceu.” A enfermeira Lexi Kuenzle, que denunciou o episódio, chegou a ser suspensa, mas retornou ao trabalho.

No Texas, mais de 100 professores correm o risco de perder a licença após publicarem ou compartilharem postagens sobre o assassinato. O governador Greg Abbott informou na segunda (15) que a agência estadual de educação examinará mensagens consideradas “reprováveis”. O sindicato local criticou a medida, classificando-a como “caça” a educadores.

Cresce número de demissões nos EUA por postagens sobre assassinato de Charlie Kirk - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Karen Attiah, então colunista de Opinião do The Washington Post, afirmou em texto no Substack que foi demitida na semana passada por comentários feitos na rede Bluesky. O jornal não comentou o caso.

Debate sobre liberdade de expressão

Adam Goldstein, vice-presidente da Fundação para Expressão e Direitos Individuais, lembrou que reações semelhantes já ocorreram após o 11 de Setembro e a tentativa de assassinato de Donald Trump em 2024. Ele advertiu contra tratar todas as postagens críticas de forma igual: “Colocar todo mundo no mesmo balde e cancelar não faz sentido”.

Especialistas observam que a Primeira Emenda protege apenas contra ações do governo, deixando empregados do setor privado mais vulneráveis. Ainda assim, decisões anteriores da Suprema Corte, como a de 1981 envolvendo declaração sobre Ronald Reagan, garantiram direitos a servidores públicos demitidos por opinião política.

Mobilização nas redes

Ativistas conservadores, entre eles Robby Starbuck e Laura Loomer, têm promovido a campanha de denúncias. Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que em 2023 prometeu custear a defesa de usuários punidos por postagens, compartilhou no sábado (13) uma planilha com nomes, ocupações e empregadores de pessoas que teriam publicado mensagens “viles” sobre Kirk. “Eles estão envenenando as mentes das nossas crianças”, escreveu.

A multiplicação de afastamentos reacende o debate sobre até que ponto pressões online devem influenciar decisões trabalhistas e qual é o limite entre opinião pessoal e discurso de ódio em casos de violência política.

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