Temu enfrenta barreira de preços da Amazon e vê queda de usuários nos Estados Unidos

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Nova York — A plataforma chinesa de comércio eletrônico Temu, controlada pela PDD Holdings, tenta reconstruir suas operações nos Estados Unidos após mudanças tarifárias impostas pelo governo de Donald Trump, mas esbarra no poder de precificação da Amazon.

Segundo duas fontes que participaram de reuniões recentes, fornecedores e marcas norte-americanas avisaram à Temu que não aceitarão listar produtos com valores inferiores aos praticados na gigante fundada por Jeff Bezos. “Dissemos que não dá para superar a Amazon com os mesmos itens; seria preciso oferecer algo substancialmente diferente”, relatou um executivo de um grande vendedor terceirizado.

Impacto das tarifas e da pausa em publicidade

A restrição ao regime de de minimis — que permitia importar mercadorias baratas da China sem pagar tarifas — estagnou o negócio da Temu. Dados da Sensor Tower indicam queda de 54% nos usuários ativos mensais do aplicativo no país, de 80 milhões em março para 37 milhões em meados de julho.

Analistas atribuem o recuo sobretudo à suspensão temporária dos investimentos em anúncios. No ano passado, a Temu desembolsou cerca de US$ 1,4 bilhão em publicidade no Facebook e Instagram, de acordo com relatório do Morgan Stanley. A campanha foi retomada no fim de junho.

Disputa direta com a Amazon

Para atrair vendedores, a Temu tem oferecido taxas menores e outros incentivos. No entanto, fornecedores alertam que a Amazon costuma igualar qualquer redução de preço, apoiando-se em escala para absorver prejuízos e manter o valor dos produtos no piso do mercado.

“A menos que a PDD aceite perder bilhões por ano durante cinco anos para ganhar participação, terá de agir de forma mais inteligente”, afirmou o consultor Martin Heubel, especializado em negociações com a Amazon.

Quando uma marca oferece preço mais baixo em outro canal, corre o risco de perder a “buy box” da Amazon — botão responsável pela maioria das vendas no site. Como a Temu define o preço final, os vendedores ficam sem controle para evitar cortes que também pressionam suas margens no marketplace rival.

Possíveis caminhos

Especialistas veem poucas alternativas além de trabalhar com itens sem marca ou vender grandes lotes de devoluções e produtos com desconto, estratégia comum em redes como Nordstrom Rack e TJ Maxx. A Amazon já explora modelo parecido em sua seção de baixo custo Haul, que inclui peças de marcas como Under Armour.

Procurada, a Amazon declarou que “os parceiros de vendas escolhem de forma independente seu estoque e estabelecem seus próprios preços”. A empresa acrescentou que fornecedores podem concordar em cobrir eventuais reduções “com o objetivo de manter tarifas competitivas para os clientes”.

Em nota, a Temu afirmou: “Acreditamos em competição justa e aberta. Os vendedores merecem a liberdade de decidir onde e como fazem negócios sem serem coagidos”.

Com informações de Folha de S.Paulo

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