Brasília – O Tesouro Nacional moderou o ritmo de emissões da dívida pública em julho diante do ambiente mais desfavorável gerado pela decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, informou nesta segunda-feira (28) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias.
Segundo o técnico, o anúncio feito pelo presidente Donald Trump no início de julho — com vigência prevista para agosto — elevou os juros de longo prazo no mercado doméstico, afetando os leilões de títulos federais.
Dados preliminares indicam que, até agora, foram colocados no mercado cerca de R$ 93 bilhões em papéis no mês, valor classificado como baixo. “Provavelmente teremos um dos menores volumes de emissão por causa desse choque adverso que trouxe maior incerteza para a economia”, afirmou Dias.
Ele acrescentou que o ritmo mais forte observado no início do ano, quando o cenário era considerado favorável, garantiu “folga” para que o Tesouro alcance as metas estabelecidas no Plano Anual de Financiamento (PAF) mesmo com a desaceleração atual.
Embora exista possibilidade de acelerar as colocações nos próximos meses, Dias condicionou a decisão à melhora das condições de mercado. “Se tivermos um ambiente mais benigno, poderemos aumentar as emissões”, disse.
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O coordenador também reiterou a intenção de ampliar, de forma gradual, a presença do Brasil no mercado internacional por meio de títulos em moeda estrangeira, principalmente voltados a critérios de sustentabilidade. De acordo com ele, essas operações servem como parâmetro para o setor privado e não são essenciais para cobrir as necessidades de financiamento do governo.
Com informações de Folha de S.Paulo