FMI eleva previsão de crescimento global para 3% em 2025, mesmo com tensões tarifárias dos EUA

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Washington – O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima sua estimativa de crescimento da economia mundial, prevendo agora expansão de 3% em 2025 e de 3,1% em 2026. As projeções anunciadas nesta terça-feira (29) superam as divulgadas em abril, de 2,8% e 3%, respectivamente.

A melhoria ocorre apesar da escalada tarifária promovida pelo governo de Donald Trump. Segundo o FMI, o impacto das tarifas foi menor que o esperado, em parte devido à desvalorização do dólar, que recuou quase 9% no ano frente a uma cesta de moedas.

Estados Unidos, China e Reino Unido têm projeções revistas

Para os Estados Unidos, o Fundo passou a estimar crescimento de 1,9% em 2025 e de 2% em 2026, acima dos 1,8% e 1,7% calculados em abril. Pesquisa da Bloomberg aponta que o país deverá divulgar na quarta-feira (30) alta anualizada de 2,5% no PIB do segundo trimestre, apoiada no estoque de bens acumulado antes da imposição das tarifas.

A projeção para a China subiu 0,8 ponto percentual, para 4,8% em 2025, favorecida pela queda do renminbi e por vendas externas mais fortes no restante da Ásia. No Reino Unido, a previsão de crescimento foi ajustada de 1,1% para 1,2% este ano, permanecendo em 1,4% para 2026. Com isso, o país deve ser a terceira economia que mais cresce no G7 em 2025, atrás de EUA e Canadá.

Tarifas menores que o previsto aliviam impacto

O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou que a “resiliência tênue” da economia global se deve ao fato de que muitas taxas não foram aplicadas no nível inicialmente anunciado. A tarifa efetiva média sobre importações norte-americanas caiu de 24%, projetados em abril, para 17%.

O Fundo destaca que empresas adiantaram compras antes da entrada em vigor dos novos encargos, estimulando a atividade no início de 2025. Contudo, o acúmulo de estoques pode potencializar eventuais choques negativos.

Fraqueza do dólar reduz custo de dívidas

A desvalorização da moeda norte-americana também contribuiu para suavizar condições financeiras, barateando dívidas denominadas em dólar de companhias estrangeiras e de mercados emergentes. “O efeito líquido é um certo amortecedor para a economia global”, disse Gourinchas.

Fed sob pressão política

O FMI alertou que as críticas de Trump ao Federal Reserve representam risco adicional. O presidente insiste em cortes drásticos na taxa básica, atualmente entre 4,25% e 4,5%, após redução de um ponto percentual em 2024. Para Gourinchas, minar a autonomia do banco central pode aumentar a volatilidade macroeconômica e comprometer o “pouso suave” obtido até agora, no qual a inflação recuou sem provocar recessão ou alta relevante no desemprego.

Ele reiterou que a manutenção de expectativas inflacionárias ancoradas depende da percepção de que a principal missão das autoridades monetárias é assegurar a estabilidade de preços.

Com informações de Folha de S.Paulo

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