Washington/Estocolmo – A continuidade da trégua na disputa comercial entre Estados Unidos e China será definida pelo presidente norte-americano, Donald Trump, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, nesta terça-feira (29), após dois dias de negociações em Estocolmo.
Segundo Bessent, a possibilidade de estender o cessar-fogo tarifário por mais 90 dias foi discutida, mas ainda não há acordo firmado. “Nada está acertado até conversarmos com o presidente”, declarou em coletiva de imprensa na capital sueca.
Ele e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, viajarão a Washington para detalhar a Trump, nesta quarta-feira (30), os resultados do encontro com a delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.
Falando a jornalistas a bordo do Air Force One, durante voo de retorno da Escócia, Trump relatou ter recebido de Bessent a avaliação de que a reunião “foi muito boa” e que o desfecho deverá ser “provavelmente muito bom”. O presidente afirmou que tomará uma decisão após o informe oficial.
No início do ano, Washington elevou tarifas sobre produtos chineses para 145%, ato que motivou retaliação de Pequim com alíquotas de 125%. Em maio, representantes dos dois países encontraram-se em Genebra e acertaram uma trégua de 90 dias, acompanhada da redução parcial dessas tarifas, para permitir negociações mais amplas.
Bessent advertiu que, sem um novo entendimento, os impostos de importação poderão “voltar como um bumerangue” a patamares mais altos.
Embora o secretário tenha dito que um possível encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, não esteve na pauta em Estocolmo, Trump declarou esperar uma reunião com Xi ainda neste ano. A Casa Branca, segundo o Financial Times, suspendeu novos controles de exportação para a China e impediu a passagem do presidente de Taiwan, Lai Ching-te, por Nova York, medidas vistas como esforços para facilitar o diálogo entre os líderes.
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Durante as conversas, os EUA reiteraram preocupações com a sobrecapacidade industrial chinesa e o fornecimento de tecnologias de uso duplo à Rússia. As delegações também trataram da retomada das exportações chinesas de ímãs de terras raras aos EUA, interrompidas após Washington impor restrições a vendas de tecnologia para Pequim.
Bessent avaliou que os EUA chegam à terceira rodada de discussões “com grande impulso”, atribuindo a confiança a acordos recentes, como o firmado com o Japão, que, segundo ele, ampliaram o espaço para avanços com Pequim.
O encontro em Estocolmo sucedeu duas rodadas anteriores em Genebra, onde a trégua original foi negociada, e em Londres. A próxima etapa dependerá, agora, da decisão de Trump sobre a extensão ou não do atual cessar-fogo tarifário.
Com informações de Folha de S.Paulo