O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta quarta-feira (30) que o governo dos Estados Unidos sinalizou a possibilidade de uma conversa com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, às vésperas da aplicação da tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para 1º de agosto.
De acordo com Haddad, a equipe de Bessent afirmou que o secretário está em viagem pela Europa, mas poderá retomar o contato assim que retornar a Washington. “A assessoria dele pediu um pouco de paciência por causa das missões que ele cumpre lá, mas disse que, ao voltar aos EUA, existe a chance de uma nova conversa”, relatou o ministro.
Haddad já havia procurado representantes de Bessent em 21 de julho para discutir alternativas à sobretaxa anunciada pelo presidente americano Donald Trump. Na ocasião, recebeu a informação de que o tema está concentrado na Casa Branca.
Apesar das dificuldades, o governo brasileiro relata avanço nas tratativas com autoridades norte-americanas desde a semana passada. O vice-presidente Geraldo Alckmin manteve pelo menos duas reuniões com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, nos últimos dias.
Na quarta-feira, Lutnick escalou um assessor para participar, de forma virtual, de um encontro entre Alckmin e executivos de big techs como Meta, Google, Amazon, Apple, Visa e Expedia, ocasião em que foram discutidas demandas do setor de tecnologia. Segundo Haddad, Alckmin poderá viajar a Washington se houver “uma agenda estruturada”.
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Em entrevista publicada pelo The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter tentado contato com o governo Trump, designando ministros para essa tarefa, mas disse que “ninguém quer conversar”. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), considera remota a possibilidade de um diálogo direto entre Lula e Trump antes da entrada em vigor da tarifa.
As negociações conduzidas por Alckmin buscam excluir determinados itens — principalmente alimentos — da lista que será sobretaxada. Haddad declarou que prefere aguardar o dia 1º de agosto para avaliar a abrangência da medida e a chance de isentar produtos específicos.
Com informações de Folha de S.Paulo