Tarifas de Trump ameaçam tirar US$ 7 bilhões das montadoras dos EUA em 2025

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As três maiores montadoras norte-americanas — Ford, General Motors (GM) e Stellantis — calculam perder, juntas, US$ 7 bilhões no próximo ano por causa das novas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre veículos e autopeças importados.

Segundo projeções das companhias, a GM deve arcar com US$ 3,5 bilhões em custos adicionais; a Ford, US$ 2 bilhões; e a Stellantis, US$ 1,5 bilhão.

Tarifas dispararam desde abril

Em abril, Washington elevou para 72,5% a alíquota sobre peças fabricadas na China que entram nos Estados Unidos via México. A fornecedora Detroit Axle, no setor há décadas, viu a conta mensal saltar de US$ 700 mil para US$ 7 milhões, relatou o presidente-executivo Mike Musheinesh, que abriu processo contra o governo.

No mesmo mês, Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados, prometendo uma “era de ouro” para a indústria nacional. Na prática, as montadoras norte-americanas passaram a sentir o impacto mais forte que concorrentes asiáticas e europeias.

Efeito direto nos balanços

A Ford, que fabrica 80% de seus veículos em território americano, registrou prejuízo no segundo trimestre, atribuindo US$ 800 milhões desse resultado às tarifas. A Tesla calcula um custo extra de US$ 300 milhões.

Tratados e exceções

Acordos fechados com Japão, Coreia do Sul e União Europeia reduziram as tarifas para esses mercados a 15%. Já México e Canadá, apesar da integração prevista pelo USMCA (acordo firmado em 2020), continuam sem novo entendimento e sofrem taxação de 27,5%.

De acordo com o CEO da Stellantis, Antonio Filosa, cerca de 4 milhões dos 16 milhões de veículos vendidos anualmente nos EUA saem de fábricas mexicanas e canadenses. Outros 4 milhões chegam da Europa e da Ásia com “praticamente zero conteúdo americano”, afirmou.

Estratégias de adaptação

A BMW, que monta metade dos carros vendidos no país em Spartanburg, Carolina do Sul, continua pagando 27,5% de tarifa pelos modelos que não se enquadram no USMCA. A GM espera ser beneficiada pelo acordo com a Coreia do Sul, de onde importa veículos compactos, e anunciou US$ 4 bilhões em investimentos para transferir parte da produção do México para fábricas americanas, aumentando a capacidade em 300 mil unidades.

Pressão também sobre insumos

Além dos automóveis, o governo Trump fixou tarifa de 50% sobre alumínio, aço e cobre estrangeiros. Embora o setor automotivo tenha ficado isento diretamente, fornecedores repassaram até 80% dos custos, segundo relatos da indústria.

A consultoria Cox Automotive projeta que o preço médio dos carros novos subirá entre 4% e 8% até dezembro. Parte das montadoras já reajustou valores ao reduzir descontos ou encarecer financiamentos.

Mesmo com as vendas crescendo 20% após a saída de rivais menores, a Detroit Axle viu o lucro despencar 80%. “No fim das contas, quem paga é o consumidor americano”, disse Musheinesh.

Com informações de Folha de S.Paulo

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