Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 2 de agosto de 2025, que o governo brasileiro está articulando medidas para responder ao aumento de tarifas aplicado pelos Estados Unidos. A declaração veio horas depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, dizer que está disposto a receber uma ligação de Lula para tratar do tema.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o chefe do Executivo brasileiro sustentou que o país “sempre esteve aberto ao diálogo”, mas ressaltou que, no momento, a prioridade do Palácio do Planalto é proteger a economia nacional. “Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu.
Mais cedo, Trump afirmou a uma repórter da Rede Globo que Lula pode telefonar “a qualquer hora” para discutir não apenas tarifas, mas também outros pontos de atrito bilateral. O republicano não detalhou quais condições aceitaria negociar, limitando-se a criticar as autoridades brasileiras, que, segundo ele, “estão fazendo as coisas erradas”. Ele completou a fala dizendo que “ama o povo brasileiro”, de acordo com relato da rádio CBN.
O chamado “tarifaço” foi anunciado por Washington no início de julho e oficializado nesta semana, provocando cobranças de empresários, parlamentares e entidades de classe para que Lula converse diretamente com Trump. Até então, o presidente brasileiro argumentava não perceber disposição concreta da Casa Branca para uma negociação direta.
A escalada tarifária elevou as tensões comerciais entre os dois países e levou o Itamaraty a estudar contramedidas. O governo ainda não divulgou quais instrumentos pretende adotar, mas interlocutores do Planalto admitem que há avaliações sobre retaliações em setores sensíveis aos EUA.
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Sem sinalizar data para o eventual telefonema, Lula reforçou que decisões sobre iniciativas comerciais seguirão sendo tomadas “no interesse das empresas e dos trabalhadores brasileiros”.
Com informações de Valor Investe