A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu no domingo (3) acrescentar 547 mil barris diários à oferta global de petróleo em setembro. A medida faz parte de uma série de incrementos já anunciados pelo grupo, que reúne nações do cartel e outros grandes produtores.
Com o reajuste, os volumes adicionais — incluindo um aumento isolado dos Emirados Árabes Unidos — somam aproximadamente 2,5 milhões de barris por dia, o equivalente a cerca de 2,4% da demanda mundial. Segundo comunicado divulgado após a reunião, a escolha de elevar a produção foi amparada por “economia saudável e estoques reduzidos”.
A decisão ocorre em meio a tensões geopolíticas entre produtores e à perspectiva de menor crescimento econômico diante das tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Em cenário de possível retração do consumo, o reforço na oferta tende a exercer pressão de baixa sobre as cotações internacionais.
Os representantes da Opep+ voltarão a se reunir em 7 de setembro. Na pauta, poderá entrar a reversão de outra rodada de cortes, que totaliza 1,65 milhão de barris por dia e vigora até o fim de 2026, de acordo com duas fontes ouvidas após o encontro.
Formado por 13 membros da Opep mais 10 países parceiros — entre eles Rússia e Cazaquistão —, o grupo é responsável por cerca de metade da produção mundial de petróleo. Desde 2020, vinha limitando a oferta para sustentar preços, estratégia revertida este ano para recuperar participação de mercado, movimento apoiado por pedidos de Trump por mais barris.
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Mesmo com o relaxamento dos cortes, o preço do Brent fechou perto de US$ 70 o barril na sexta-feira, bem acima da mínima registrada em abril de 2025, quando ficou próximo de US$ 58, impulsionado pela demanda sazonal.
Com informações de Valor Investe