Problemas mecânicos se acumulam e elevam custo de manutenção do Airbus A380

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O Airbus A380, maior avião comercial de passageiros do mundo, voltou a lotar cabines depois da pandemia, mas o envelhecimento da frota tem imposto uma agenda crescente de reparos e inspeções, encarecendo a operação para as companhias aéreas.

Diretrizes em alta

Desde janeiro de 2020, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) publicou 95 diretrizes de aeronavegabilidade para o modelo – cerca do dobro do total aplicado a grandes jatos da Boeing no mesmo período. Entre as determinações estão troca de escorregadores de emergência com vazamentos, substituição de eixos do trem de pouso e inspeção de vedações rachadas.

A EASA afirma que o número de diretrizes “varia enormemente em escopo e urgência” e que a comparação entre diferentes aeronaves “não é uma boa base” para avaliar segurança. Ainda assim, cada falha gera atrasos caros para aviões que transportam 485 passageiros ou mais.

Atrasos e paralisações

Um A380 da Qantas que seguia de Sydney a Londres ficou retido em Singapura em 7 de maio por falha na bomba de combustível, adiando o voo seguinte em mais de 24 horas. Outro atraso semelhante ocorreu em julho, também em Singapura, e foi agravado pelo dano em um motor de outro A380 no aeroporto de Sydney.

Na British Airways, a aeronave registrada como G-XLEB passou mais de 100 dias em manutenção em Manila antes de voltar a Heathrow, onde voou apenas sete dias nos 30 seguintes. Apesar disso, a companhia iniciará no próximo ano a reforma interna de seus A380, sinalizando o uso prolongado do modelo.

Falta de alternativas

Com o Boeing 777X atrasado e o Airbus A350 entregue em ritmo lento, as empresas que operam o superjumbo – produzido entre 2007 e 2021, com 4 milhões de peças fabricadas por 1.500 fornecedores – têm pouca opção senão mantê-lo em serviço. A Emirates pretende voar com o A380 até o fim da próxima década e já canibaliza unidades para peças de reposição.

As revisões pesadas exigem até 60 mil horas de trabalho, segundo a Lufthansa Technik. Qantas envia aeronaves para Dresden; British Airways, para Manila; e Emirates mantém parte da frota em oficinas na China.

Problemas mecânicos se acumulam e elevam custo de manutenção do Airbus A380 - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Efeitos do armazenamento

Alguns problemas derivam do longo período em terra durante a pandemia, quando jatos ficaram estacionados no deserto da Califórnia, na Espanha e no interior da Austrália. Em maio, a EASA mandou substituir escorregadores cujas costuras se romperam após exposição a calor e umidade. Em abril, ordenou inspeções em fixadores do trem de pouso e a troca de eixos que se romperam em aeronaves guardadas desde 2020.

Posição dos envolvidos

A Airbus diz que a frota global mantém 99% de confiabilidade operacional nos últimos 12 meses e que continuará prestando apoio técnico completo. Qantas, British Airways, Singapore Airlines, Korean Air e Asiana afirmam operar os A380 dentro dos padrões de segurança e, em alguns casos, consideram o modelo “parte vital” de suas redes de longo alcance.

Mesmo com a popularidade entre passageiros, o tamanho do avião e seus quatro motores pressionam os custos em meio à alta geral de preços de peças e serviços de manutenção, segundo a consultoria Ishka.

Por ora, sem substituto imediato de igual capacidade, o superjumbo segue no ar – ainda que à custa de cronogramas apertados de inspeção e desembolsos cada vez maiores.

Com informações de Folha de S.Paulo

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