O ex-chanceler britânico George Osborne, hoje conselheiro da Coinbase, afirmou em artigo publicado no Financial Times que o Reino Unido está ficando para trás no mercado de ativos digitais, especialmente no setor de stablecoins.
Osborne, que ingressou na exchange em janeiro de 2023, escreveu que “o Reino Unido deixou de ser um dos primeiros a adotar inovação” e alertou para a perda de competitividade de Londres como centro financeiro global. Segundo ele, a demora do governo em criar regras claras para stablecoins contrasta com a rapidez de outros países, como os Estados Unidos, que avançam com propostas legislativas — entre elas o GENIUS Act — para reforçar o domínio do dólar.
O ex-ministro destacou que a libra esterlina é uma das cinco moedas mais negociadas do mundo, mas não tem presença relevante no mercado de stablecoins. Para Osborne, essa ausência sinaliza um “retrocesso significativo” e ameaça o papel da moeda britânica em operações internacionais.
O artigo também criticou a atual chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, por não cumprir a promessa de adotar “medidas ousadas” no setor. “Em cripto e stablecoins, estamos sendo completamente deixados para trás. É hora de correr atrás”, escreveu.
O texto de Osborne foi publicado poucos dias após a Coinbase lançar o anúncio musical satírico “Everything Is Fine”. A peça ironiza a crise do custo de vida no Reino Unido e argumenta que o sistema financeiro “precisa ser atualizado”.
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O diretor-executivo da Coinbase, Brian Armstrong, afirmou que grandes redes de televisão britânicas vetaram a veiculação do comercial. Até esta segunda-feira, a emissora CNBC informou não ter conseguido confirmar de forma independente o suposto bloqueio.
Dados da plataforma OpenSecrets mostram que a Coinbase investiu milhões de dólares em lobby nos Estados Unidos em 2024, ano eleitoral considerado decisivo para o setor. De acordo com o Politico, a empresa atua em Washington há mais de uma década e já gastou mais do que qualquer outra companhia cripto em atividades de influência.
A nova campanha publicitária, somada ao artigo de Osborne, indica que a exchange pretende redobrar esforços no mercado britânico, onde opera desde 2015.