São Paulo – A Suzano montou um estoque de papel nos Estados Unidos capaz de sustentar as operações locais até o fim do ano, estratégia adotada para atenuar a tarifa de 50% decretada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A informação foi dada nesta quinta-feira (7) pelo diretor Fabio de Oliveira, durante teleconferência com analistas.
“As exportações de papel não ficaram de fora do aumento tarifário e, para reduzir o impacto, reservamos material suficiente até dezembro e estudamos redirecionar parte das vendas para outros mercados”, afirmou o executivo, referindo-se ao resultado divulgado na noite de quarta-feira (6).
No segmento de celulose, a companhia anunciou nesta quinta-feira um acréscimo imediato de US$ 20 por tonelada (cerca de R$ 110,02) para clientes asiáticos. Segundo o responsável pela área, Leonardo Grimaldi, o volume de pedidos vindos da China está “excepcionalmente alto” desde o fim de junho, reflexo de um movimento de recomposição de estoques.
“Recebemos encomendas muito elevadas tanto de clientes tradicionais quanto de empresas integradas”, detalhou Grimaldi. “O cenário respalda preços maiores”, acrescentou.
O presidente-executivo da Suzano, João Alberto de Abreu, destacou que o acordo firmado com a Eldorado Brasil, na quarta-feira, abre margem para ampliar a produção da fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS) além da capacidade inicialmente prevista.
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“Avaliamos produzir de 100 mil a 150 mil toneladas adicionais por ano sem necessidade de novos investimentos. A planta está operando melhor do que o planejado e podemos avançar nos próximos trimestres, dependendo do mercado”, disse Abreu.
Apesar das perspectivas de expansão pontual, a empresa confirmou na quarta-feira que reduzirá a produção de celulose em aproximadamente 3,5% da capacidade nominal nos próximos 12 meses, volume equivalente a 450 mil toneladas. A companhia considera que esse corte é necessário porque a produção extra não garantiria retorno adequado.