Inadimplência em cartões de crédito de jovens dos EUA beira 10% no segundo trimestre

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Quase 10% dos saldos de cartões de crédito de norte-americanos com idades entre 18 e 29 anos avançaram para atrasos de 90 dias ou mais no segundo trimestre de 2025, segundo relatório divulgado pelo Federal Reserve de Nova York.

Apesar de leve recuo em relação aos três meses anteriores, a faixa etária continua a representar a maior parcela de consumidores que entram em inadimplência séria. Pesquisadores do Fed afirmam que os índices para pessoas com menos de 40 anos permanecem “atipicamente elevados” e que a instituição acompanha de perto a tendência.

Indicadores mantêm nível histórico

Desde 2023, a taxa de transição para inadimplência grave nesse grupo gira em torno de 10%. A última vez que o índice ultrapassou esse patamar, antes do atual ciclo, foi em 2010.

No total, os saldos de cartões de crédito nos Estados Unidos somavam US$ 1,21 trilhão ao fim do segundo trimestre de 2025.

Pressão adicional sobre a Geração Z

Outro estudo do Fed de Nova York mostrou que a taxa de desemprego de recém-formados universitários (22 a 27 anos) ficou 0,7 ponto percentual acima da média nacional em junho. Desconsiderando o período da pandemia, o índice registrado em março de 2025 foi o mais alto em mais de dez anos.

Imagem: Matt Donnell FOXBusiness via foxbusiness.com

O endividamento também cresce por meio de serviços de “compre agora, pague depois” (BNPL). Relatório do Bank of America Institute, divulgado em junho de 2025, indicou aceleração do uso dessas plataformas por membros da Geração Z após três anos de desaceleração.

Compras menores entram no radar

Segundo pesquisadores, o valor típico das transações BNPL variava de US$ 600 a US$ 1.000, mas há relatos de expansão para gastos ainda menores, “até mesmo uma xícara de café”. Embora a maioria dos credores BNPL não repasse dados aos bureaus de crédito, o levantamento aponta que o uso entre jovens é significativamente maior do que em outras faixas etárias. A empresa Affirm já começou a reportar histórico de pagamentos às agências Experian e TransUnion.

Especialistas do Fed destacam que o conjunto desses fatores — inadimplência elevada, maior desemprego e expansão do crédito alternativo — reforça o quadro de pressão financeira sobre os consumidores mais jovens.