GM retoma programa de veículos autônomos mais de um ano após acidente com robotáxi Cruise

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Detroit (EUA) – A General Motors (GM) decidiu retomar o desenvolvimento de sua tecnologia de direção autônoma, interrompida há mais de um ano depois que um robotáxi Cruise atropelou e arrastou uma pedestre por cerca de seis metros.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a montadora informou que está “acelerando o desenvolvimento de tecnologia capaz de operar sem supervisão humana ativa” e formando “uma equipe de especialistas em autonomia”. Segundo a empresa, uma frota equipada com LiDAR percorre estradas em todo o país com motoristas de segurança, coletando dados para modelos de simulação.

Foco em uso pessoal

Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que o novo esforço privilegiará veículos autônomos para uso particular, e não mais um serviço de robotáxi. O primeiro passo seria oferecer condução sem mãos nem olhos, mas ainda com uma pessoa a bordo; a meta final é eliminar totalmente o volante humano.

Nova liderança

Sterling Anderson, ex-chefe do Autopilot da Tesla e contratado pela GM neste ano, detalhou os planos em reunião interna em 6 de agosto. Ele ressaltou que a autonomia “é o futuro” e que pretende reunir ex-funcionários da Cruise e novos talentos para o projeto.

Reestruturação após o acidente

O atropelamento de outubro de 2023 levou a GM a suspender as operações da Cruise, demitir executivos e enfrentar uma investigação do Departamento de Justiça. Em janeiro de 2024, a empresa anunciou corte de gastos na unidade em cerca de US$ 1 bilhão, equivalente à metade do orçamento.

Imagem: Greg Wehner FOXBusiness via foxbusiness.com

Em julho de 2024, a CEO Mary Barra informou aos acionistas que o próximo veículo totalmente autônomo será baseado na nova geração do Chevrolet Bolt, substituindo o modelo Cruise Origin, que enfrenta incertezas regulatórias e custos mais elevados.

Além disso, a companhia reduziu em 24% o quadro de funcionários da Cruise e demitiu nove executivos enquanto apurava as causas do acidente. Um relatório encomendado pela GM apontou falhas técnicas múltiplas como responsáveis pelo atropelamento e pelo arraste da pedestre.

Com a retomada do programa, a montadora busca recuperar espaço num setor que sofreu forte abalo de confiança após o incidente em São Francisco.