BTG Pactual vê necessidade de “contenção de danos” para WEG e Embraer diante de tarifa de 50% nos EUA

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O BTG Pactual avalia que a adoção de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º), exige que exportadoras como WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3) passem a focar em estratégias de contenção de danos.

No relatório divulgado em 25 de julho, os analistas Fernanda Recchia, Lucas Marquiori, Samuel Alkmin e Marcel Zambello apontam que, além da incerteza geopolítica, fatores macroeconômicos locais ― como baixo crescimento do PIB norte-americano, inflação elevada e juros mais altos ― podem pressionar ainda mais os resultados das duas companhias.

Embraer pode perder competitividade na aviação executiva

Para a Embraer, as alternativas de mitigação são menos evidentes. A unidade Embraer US, responsável pelas importações, seria a encarregada de recolher a nova tarifa, impactando primeiro a divisão de aviação executiva. Na aviação comercial, o custo extra tende a ser repassado aos clientes.

Com concorrentes produzindo em solo americano, como Gulfstream (General Dynamics) e Cessna (Textron), ou em países sujeitos a tarifas menores, como a canadense Bombardier, a fabricante brasileira corre o risco de perder participação de mercado. A Embraer já estima um impacto superior a US$ 400 milhões por ano caso a tarifa seja efetivamente aplicada, o que, segundo o BTG, torna obsoleto o guidance divulgado para 2025.

WEG avalia deslocar produção para o México

No caso da WEG, o principal risco está nas exportações de motores elétricos de baixa tensão para os Estados Unidos, que podem chegar a R$ 2 bilhões anuais. A elevação da tarifa de 10% para 50% representaria um custo adicional de cerca de R$ 809 milhões por ano.

Os analistas consideram a transferência de parte da produção brasileira para o México, aproveitando as condições previstas no acordo USMCA, como solução paliativa. Outra possibilidade seria ampliar a capacidade da Marathon, adquirida em setembro de 2023 nos EUA, embora a integração exija tempo por se tratar de linhas de produtos diferentes.

BTG Pactual vê necessidade de “contenção de danos” para WEG e Embraer diante de tarifa de 50% nos EUA - Imagem do artigo original

Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br

Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, a WEG afirmou que seus planos de investimento não seriam alterados pela tarifa de 10% anunciada anteriormente pelo governo norte-americano. Agora, com a perspectiva de um aumento para 50%, o BTG entende que a companhia precisará reavaliar o cronograma de fábricas e a estratégia de abastecimento do mercado norte-americano.

Sem avanço nas negociações entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca, o banco destaca que pensar em contenção de danos já se tornou imprescindível para as duas empresas.

Com informações de Money Times

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