São Paulo, 23 de julho de 2025 – O dólar à vista encerrou o pregão desta quarta-feira cotado a R$ 5,5230, variação positiva de 0,79% em relação ao dia anterior. O movimento ocorreu em meio à maior disposição ao risco nos mercados internacionais depois de novos sinais de progresso nas tratativas comerciais conduzidas pelos Estados Unidos.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o índice DXY – que compara a divisa norte-americana a uma cesta de seis moedas fortes, entre elas euro e libra – recuava 0,19%, negociado a 97,205 pontos.
Na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo tarifário “melhor que o esperado” com o Japão. Pelo acerto, a tarifa recíproca sobre produtos japoneses importados pelos norte-americanos será de 15%, dez pontos percentuais abaixo da alíquota inicialmente divulgada no começo de julho. O pacote também inclui promessa de investimentos de US$ 550 bilhões em território norte-americano.
Além do Japão, Washington divulgou entendimentos com Filipinas e Indonésia. As notícias reforçaram a expectativa de um pacto semelhante com a União Europeia antes de 1.º de agosto, data-limite estabelecida pelos EUA para iniciar a aplicação de tarifas recíprocas. Segundo o Financial Times, um acordo com taxa de 15% está próximo de ser fechado com o bloco europeu, nos mesmos moldes do negociado com Tóquio.
Um encontro entre delegações de Estados Unidos e China está programado para a próxima semana, na Suécia, com objetivo de retomar as conversas comerciais. No final da tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que “muitos acordos ainda serão anunciados”, sem detalhar prazos.
Imagem: Sebastian Gelbke via moneytimes.com.br
No Brasil, o Relatório de Receitas e Despesas Primárias do terceiro trimestre, divulgado próximo ao fechamento dos negócios, ficou em segundo plano. O governo federal reduziu a projeção de contenção de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões: o contingenciamento caiu de R$ 20,7 bilhões para zero, enquanto o bloqueio avançou levemente de R$ 10,6 bilhões para R$ 10,7 bilhões. Para o BTG Pactual, as novas estimativas são factíveis, mas ainda carregam risco de frustração.
Com o cenário externo dominando as atenções, a moeda norte-americana oscilou durante toda a sessão, mas fechou o dia em R$ 5,52, refletindo o otimismo com a possibilidade de um conjunto mais amplo de acordos comerciais até o início de agosto.
Com informações de Money Times