O governo dos Estados Unidos acertou, no fim de semana, um novo pacto comercial com a União Europeia (UE). Pelo entendimento, Washington aplicará tarifa de 15% sobre importações do bloco, enquanto os europeus se comprometem a investir cerca de US$ 600 bilhões na economia norte-americana.
O tema foi debatido no Giro do Mercado desta segunda-feira (28), quando a jornalista Paula Comassetto entrevistou Andrea Damico, economista-chefe da Buysidebrazil. Para a especialista, o acerto com a UE é “extremamente importante” diante do intenso fluxo comercial entre as duas partes e explica a recente valorização do dólar. “Esse entendimento é tão relevante, ou até mais, do que o acordo com a China”, afirmou.
Damico ressaltou que os europeus ocupam posição de destaque no mercado de capitais dos EUA, inclusive liderando aplicações em títulos de renda fixa, superando os chineses. O novo acordo, segundo ela, reduz temores de desaceleração caso as tensões tarifárias com a UE aumentassem.
Enquanto os EUA avançam em negociações internacionais, o Brasil permanece sem acordo e pode enfrentar tarifa de 50% a partir de 1º de agosto. “Tecnicamente, como os EUA têm superávit comercial conosco, a alíquota deveria ser mínima. O problema são questões políticas”, observou Damico.
A economista avalia que, apesar da proximidade da data, o câmbio ainda não reflete totalmente a ameaça tarifária. Ela acredita que o real poderá sofrer forte pressão caso a medida seja efetivada.
Imagem: Gustavo R via moneytimes.com.br
No campo monetário, Damico projeta que o Banco Central só iniciará cortes na taxa Selic em 2026, mantendo-a em 15% até lá. O programa também tratou do desempenho dos mercados globais e das possíveis estratégias de negociação do governo brasileiro com Washington.
Com informações de Money Times