Em debate realizado na Expert XP em 26 de julho de 2025, profissionais do mercado destacaram que a paciência e o horizonte de longo prazo são indispensáveis para quem aplica em fundos de investimentos imobiliários (FIIs).
Marx Gonçalves, head da XP Research, lembrou que cerca de 90% dos atuais 2,8 milhões de cotistas ingressaram no segmento após 2019. Segundo ele, esse público atravessou pandemia, ciclos de alta da Selic e inflação elevada. “Foi uma janela dura para quem começou a investir”, resumiu.
Para Flávio Cagno, gestor da Kinea Investimentos, os investidores que mantiveram as cotas no período de maior volatilidade foram recompensados. “Todos que tiveram paciência e carregaram suas cotas por um tempo longo superaram o CDI com folga e recuperaram o valor patrimonial. FIIs são para o longo prazo”, afirmou.
Cagno ainda destacou que reservar parte do capital em caixa ajuda a aproveitar momentos de estresse. “Sempre há arrependimento: quem alocou demais e viu a cota cair, ou quem investiu pouco e perdeu a alta. Ter caixa permite capturar oportunidades”, disse.
Pedro Carraz, da XP Asset, atribuiu a expansão dos FIIs a características vistas como mais eficientes que a compra de imóveis físicos. Há dez anos o mercado reunia cerca de 100 mil investidores; hoje são quase 3 milhões. “O brasileiro é rentista por natureza e ama terra, é cultural”, observou. Para ele, investir diretamente em imóveis traz limitações como menor diversificação, ausência de gestão profissional e ineficiências tributárias. “Ao comprar uma cota, o investidor delega a administração, obtém benefícios fiscais e participa de uma carteira pulverizada”, comparou.
Imagem: Igor Grecco via moneytimes.com.br
Alessandro Vedrossi, da Valora Investimentos, reforçou a necessidade de diversificar entre as categorias de FIIs. “Gosto de separar o que é fundo de tijolo e o que é de papel, especialmente agora com a Selic alta”, declarou. Segundo ele, os fundos de recebíveis indexados ao CDI têm distribuído dividendos maiores e apresentam menor volatilidade, servindo como instrumento de proteção. Já os fundos de tijolo oscilam mais, mas oferecem maior potencial de valorização no longo prazo. “O Brasil é um eletrocardiograma. Quando a economia cresce, aquele fundo de shopping pode subir mais que o de papel”, exemplificou.
Com informações de Money Times