O Ibovespa encerrou os cinco pregões entre 28 de julho e 1º de agosto com recuo acumulado de 0,81%, fechando a sexta-feira (1º) próximo dos 132 mil pontos. O movimento refletiu a cautela dos investidores diante dos balanços corporativos, da pressão sobre ações de bancos e da maior aversão a risco em Wall Street.
No câmbio, o dólar à vista terminou a semana cotado a R$ 5,5456, com queda de 0,29% frente ao real.
A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos arrefeceu na quarta-feira (30), quando a Casa Branca confirmou a tarifa de 50% para produtos brasileiros, mas adiou a vigência para 6 de agosto e incluiu quase 700 itens na lista de isenção. Entre eles estão celulose, ferro-gusa, silício metálico, aeronaves civis e peças, alumina de grau metalúrgico, minério de estanho, madeira, metais preciosos, energia, fertilizantes e produtos agrícolas como castanha-do-pará e suco de laranja.
O governo brasileiro elabora um plano de contingência para empresas impactadas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pode firmar parcerias com governadores e que as medidas ficarão dentro da meta fiscal, contrariando declarações anteriores do vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15,00% ao ano, maior patamar desde 2006. A decisão foi unânime e o Banco Central sinalizou cautela, indicando manutenção da taxa na reunião de setembro.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve os juros na faixa de 4,25% a 4,50% pela quinta vez consecutiva. Os dirigentes Michelle Bowman e Christopher Waller votaram por um corte de 0,25 ponto percentual. Após a divulgação do payroll, que mostrou criação de 73 mil vagas em julho e desemprego em 4,2%, a ferramenta FedWatch passou a apontar cerca de 90% de probabilidade de redução de juros em setembro.
A semana também registrou a renúncia da diretora do Fed Adriana Kugler, efetiva a partir de 8 de agosto, e a entrada em vigor de tarifas recíprocas sobre importações de 69 países, com alíquotas de 10% a 41%.
Embraer (EMBR3): +19,39% – beneficiada pela retirada da tarifa adicional de 40% sobre aeronaves vendidas aos EUA, permanecendo sujeita apenas à alíquota de 10%. Segundo relatório do Santander, o decreto de Washington mostra dúvida sobre a manutenção desta cobrança.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
Outros destaques positivos:
Banco do Brasil (BBAS3): −9,34% – papéis pressionados por notícias de possível tensão diplomática. Reportagem de O Globo mencionou pedido do deputado Eduardo Bolsonaro para bloqueio de bens do ministro Alexandre de Moraes e avaliação de sanções a instituições financeiras brasileiras pelo governo Trump.
Outras baixas relevantes:
Entre os indicadores macro, a combinação de juros elevados, incerteza sobre tarifas e dados fracos de emprego nos EUA sustentou o clima defensivo no mercado brasileiro ao longo do período.
Com informações de Money Times