A rede Base, solução de segunda camada da Coinbase na blockchain Ethereum, ficou sem produzir blocos por 33 minutos na terça-feira, 16 de abril, após a troca automática para um sequenciador de reserva que não estava totalmente preparado para processar transações.
De acordo com a equipe, o problema começou às 6h07 UTC, quando o sequenciador ativo começou a atrasar a criação de blocos. O sistema interno de gerenciamento de disponibilidade, chamado Conductor, detectou a falha e acionou um nó de emergência. Esse nó, porém, ainda passava por configuração e não conseguiu assumir a tarefa de validação.
O serviço foi restabelecido às 6h40 UTC, após intervenção imediata dos desenvolvedores. Segundo comunicado de pós-incidente, a equipe levou alguns minutos adicionais para assegurar que não seria necessário reorganizar a cadeia antes de retomar o funcionamento pleno.
O episódio evidenciou a centralização do processo de sequenciação na Base. Embora exista mais de um sequenciador executando, todos dependem do Conductor, que se torna ponto único de falha. A equipe afirmou que vai atualizar a infraestrutura para garantir que qualquer nó do cluster tenha capacidade de construir blocos caso seja selecionado.
Com mais de US$ 4,1 bilhões em valor total travado (TVL), a Base havia registrado só uma outra interrupção significativa desde o lançamento público: em 5 de setembro de 2023, a produção de blocos ficou parada por 43 minutos.
O chefe de engenharia da Base, conhecido como “aflock” na rede social X, declarou que a equipe leva a disponibilidade da rede “muito a sério” e destacou o esforço para reforçar os sistemas após o incidente.
Imagem: Trader Iniciante 2 (13)
No ecossistema cripto, alguns comentaristas viram a paralisação como sinal de forte demanda. O ex-engenheiro da Coinbase e fundador da Save Finance, identificado como “0xrooter”, argumentou que problemas de tempo de atividade só geram polêmica em cadeias “que realmente têm usuários”.
O diretor-executivo da Helius Labs, Mert Mumtaz, comparou a situação à da Solana, blockchain de alta velocidade que também já enfrentou diversas pausas. Dados do DefiLlama mostram Solana como a segunda maior rede em TVL, com US$ 9,6 bilhões, e líder em atividade de carteiras — 2,83 milhões de endereços ativos. A Base aparece em quarto lugar nesse quesito, com 1,09 milhão de endereços, e ocupa a sexta posição em TVL.
Após a correção do erro de configuração, a equipe da Base informou que continuará revisando processos para evitar novas interrupções e ampliar a resiliência da rede.