A Binance firmou acordo com o BBVA, um dos maiores bancos da Espanha, para oferecer custódia independente de ativos digitais a seus clientes, informaram duas fontes ao Financial Times na sexta-feira (data não divulgada). A iniciativa busca reforçar a segurança dos fundos dos usuários após o colapso da FTX, em 2022, e amid possíveis impasses regulatórios envolvendo a própria corretora.
Segundo as fontes, os usuários da Binance passam a ter a opção de manter seus ativos no BBVA. Os valores ficam lastreados em títulos do Tesouro dos Estados Unidos mantidos pelo banco espanhol, que servem como garantia (colateral) aceita pela corretora para operações na plataforma. O modelo reduz o risco de contraparte, pois a custódia deixa de ficar exclusivamente sob responsabilidade da exchange.
Além do BBVA, a Binance já mantém acordos semelhantes com os suíços Sygnum e FlowBank, ampliando a rede de instituições financeiras tradicionais que atuam como guardiãs de criptoativos. A corretora opera hoje com “apenas um punhado” de bancos nessa função, mas o BBVA possui maior reconhecimento de marca, de acordo com as fontes.
Na quinta-feira, a Binance lançou um recurso que permite a conversão de criptomoedas em moeda fiduciária e o saque direto para cartões Mastercard de usuários do Espaço Econômico Europeu (EEE) e do Reino Unido. A liquidação ocorre quase em tempo real, facilitando a saída de recursos da plataforma.
Antes das parcerias com bancos, os investidores da Binance dependiam unicamente da exchange para armazenar seus ativos. A adoção de custodiantes reconhecidos do setor bancário adiciona uma camada de proteção, sobretudo após episódios como a falência da FTX, que bloqueou o acesso de clientes a grandes somas — somente a Genesis Trading tinha cerca de US$ 175 milhões presos na plataforma extinta.
Imagem: Trader Iniciante 2 (13)
No início de junho, temores voltaram a surgir quando a WazirX, corretora indiana que já teve fortes laços com a Binance, suspendeu saques de seus 16 milhões de usuários após um incidente de segurança. A Binance negou responsabilidade pelos valores retidos, afirmando que a gestão dos fundos é exclusiva da WazirX.
Com a participação de instituições financeiras tradicionais, como o BBVA, a Binance tenta aproximar o mercado cripto dos padrões de segurança e regulamentação já estabelecidos no sistema bancário.