Uma camiseta usada pelo desenvolvedor Roman Storm em um evento de criptomoedas em 2019 provocou debate acalorado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Sul de Nova York, onde o cofundador do mixer Tornado Cash responde por lavagem de dinheiro e outras acusações.
Durante as declarações de abertura, em 15 de julho, a promotoria e a defesa citaram o vídeo gravado na ETHBoston 2019 que mostra Storm com uma camiseta estampada com a frase “I keep my Ether clean with Tornado.cash” e o desenho de uma máquina de lavar que “entrega” Ether (ETH) limpo.
Acusação: o procurador-assistente Kevin Mosley afirmou que “o réu lucrava com uma grande máquina de lavar dinheiro sujo” e que a camiseta reforça essa intenção. Segundo Mosley, Storm “teve escolhas e, mesmo sabendo que criminosos usavam o serviço, optou por continuar cometendo crimes”.
Defesa: os advogados de Storm classificaram a peça como “um meme, uma piada de mau gosto”. Eles voltaram ao tema na segunda-feira, ao contestar um pedido da promotoria para excluir informações sobre hackers que recorreram ao Tornado Cash.
A seleção do júri começou em 14 de julho e o julgamento deve se estender por cerca de três semanas. A acusação encerrou sua apresentação de provas na sexta-feira, após ouvir agentes do FBI, do IRS e vítimas de ataques hackers.
Storm é acusado de lavagem de dinheiro, conspiração para operar um transmissor de dinheiro sem licença e conspiração para violar sanções dos Estados Unidos. Caso condenado, pode enfrentar penas severas.
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Um porta-voz da Golem Foundation, entidade que doou 50 ETH para a defesa, criticou a narrativa da promotoria, comparando-a a “culpar desenvolvedores de aplicativos bancários por golpes financeiros na internet”.
Na terça-feira, os advogados anunciaram que Storm não prestará depoimento. A defesa descansou após mais de três dias de testemunhos e deve iniciar as alegações finais nesta quarta-feira. A juíza Katherine Failla preside o caso.
Com informações de Cointelegraph