São Paulo – O pool de mineração Qubic, apontado como responsável por uma tentativa de ataque de 51% à rede Monero (XMR), enfrenta o que seu controlador descreve como um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS), provocando queda significativa em seu poder de processamento.
Em publicação no X (antigo Twitter) no domingo, Sergey Ivancheglo, criador do NXT e cofundador da Iota, afirmou que o DDoS reduziu o hashrate do pool de 2,6 gigahashes por segundo (GH/s) para 0,8 GH/s. Questionado sobre o custo da ofensiva, ele respondeu que seria “zero” se os agressores já dispuserem de uma botnet usada para minerar Monero.
Na segunda-feira, Ivancheglo repetiu que o Qubic seguia sob ataque — desta vez há seis horas — e disse ter aplicado medidas de defesa. Verificação feita pelo Cointelegraph mostra, porém, tempo médio de resposta de 0,188 segundo em três endereços do pool, sem registros de perda de pacotes, o que não apontaria para um DDoS em andamento.
Dados do serviço MiningPoolStats indicam que o Qubic deixou de reportar hashrate em 30 de julho, figurando como o último pool sem poder de processamento exibido publicamente. A própria ferramenta de monitoramento do Qubic, entretanto, relata picos de até 1,6 GH/s quando o sistema alterna momentaneamente sua mineração para a rede Monero.
Ivancheglo atribuiu o suposto DDoS a Sergei Chernykh, desenvolvedor do software de mineração XMRig. Capturas de tela divulgadas por ele mostram comentários de Chernykh no Reddit e em um canal do Discord, sugerindo a preparação de um ataque contra o pool. O Cointelegraph confirmou a autenticidade do post no Reddit, mas não pôde verificar as mensagens no Discord.
Desde julho, o Qubic declarou publicamente a intenção de controlar a maioria do hashrate do Monero. De acordo com Ivancheglo, uma vez alcançada a dominância, o pool passaria a rejeitar blocos minerados por concorrentes, centralizando a validação da rede.
Imagem: Trader Iniciante 2 (11)
O Monero extraído pelo Qubic financia queimas e recompras de tokens no ecossistema do projeto, que remunera mineradores em Qubic (QUBIC). Segundo a equipe, a atividade seria atualmente mais lucrativa que minerar Monero diretamente.
Reconhecida por recursos de anonimato, a criptomoeda Monero é amplamente usada em mercados ilegais online, fator que, segundo analistas, eleva o interesse por preservar sua descentralização contra tentativas de controle.
Com informações de Cointelegraph