Roman Storm, um dos desenvolvedores do protocolo de privacidade Tornado Cash, fez um novo apelo por doações de US$ 1,5 milhão para financiar sua defesa no processo criminal que enfrenta em Nova York. O pedido foi publicado em 26 de julho na rede social X, no momento em que o julgamento entra na terceira semana.
De acordo com Storm, as despesas aumentaram rapidamente e sua equipe jurídica “tem trabalhado sem descanso”. A comunidade cripto já contribuiu com mais de US$ 3,9 milhões para o fundo de defesa, valor que inclui doações diretas e os US$ 750 mil arrecadados pela Ethereum Foundation. Ainda assim, o site oficial da campanha mostra que apenas 65% da nova meta de US$ 5 milhões foi alcançada.
O julgamento começou em 14 de julho no Tribunal Distrital do Sul de Nova York e deve terminar até 11 de agosto. Promotores acusam Storm de conspirar para lavagem de dinheiro, violar sanções dos Estados Unidos e operar um negócio de transmissão de dinheiro sem licença ao criar e manter o Tornado Cash.
A defesa sustenta que o Tornado Cash é um protocolo descentralizado e imutável, sem controle direto de seus criadores, e invoca orientação de 2019 da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN), segundo a qual desenvolvedores de software de anonimização não precisam de registro como transmissores de dinheiro. Os advogados também argumentam que escrever e publicar código é protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
O caso ganhou repercussão após o Tornado Cash ter sido sancionado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) em agosto de 2022, por suposto uso do protocolo pelo grupo de hackers norte-coreano Lazarus. As sanções foram anuladas em janeiro deste ano, e o serviço foi retirado da lista de restrições em março.
Imagem: cointelegraph.com
Além de Storm, os outros cofundadores enfrentam problemas jurídicos. Alexey Pertsev foi condenado por lavagem de dinheiro na Holanda em maio de 2024 e recorre da decisão, permanecendo em liberdade com monitoramento eletrônico. Já Roman Semenov está foragido e figura na lista de procurados do FBI.
Com informações de Cointelegraph