O Ethereum (ETH) chega ao décimo aniversário de operação nesta quarta-feira (30) com valorização superior a 50% apenas em julho, impulsionado pela entrada massiva de recursos de investidores institucionais.
Fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ETH nos Estados Unidos captaram US$ 9 bilhões até 25 de julho, sendo mais de US$ 5 bilhões no próprio mês. De acordo com a gestora Hashdex, trata-se da sequência mais longa de aportes positivos desde o lançamento desses veículos em julho de 2024, fator que colaborou diretamente para a recente arrancada do token.
O movimento ganhou força depois de o Congresso norte-americano aprovar, em julho, duas leis consideradas estruturantes para o setor: o GENIUS Act, que estabelece regras para stablecoins, e o CLARITY Act, que define parâmetros para classificação e supervisão de ativos digitais.
Nos últimos meses, o ETH passou a disputar com o Bitcoin o posto de ativo de reserva em tesourarias corporativas. O bilionário Peter Thiel comprou 9,1% da Bitmine Immersion Technologies (BMNR), empresa comandada por Thomas Lee e dedicada a estratégias de caixa com Ethereum. O anúncio elevou as ações da BMNR em 25% no dia da divulgação e impulsionou papéis de outras companhias expostas ao ETH, como a SharpLink Gaming, que subiu 17% na mesma sessão.
Na última semana, a fundadora da Ark Invest, Cathie Wood, adquiriu cerca de 4,77 milhões de ações da BitMine, avaliadas em US$ 182 milhões, reforçando a tese de diversificação corporativa em criptomoedas.
Lançado em 2015 para executar contratos inteligentes, o Ethereum mantém quase US$ 150 bilhões (R$ 839 bilhões) travados em sua rede, segundo a DappRadar. A Solana (SOL) aparece em segundo lugar, com US$ 15,7 bilhões (R$ 88 bilhões).
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A trajetória do projeto inclui episódios como o ataque à The DAO em 2016, que resultou no hard fork que originou o Ethereum Classic, o boom de finanças descentralizadas (DeFi) e tokens não fungíveis (NFTs), além da migração para o proof-of-stake com o The Merge, em 2022. A mudança reduziu o consumo de energia em mais de 99% e possibilitou o staking, sistema que remunera usuários que travam ETH para validar transações.
Hoje, a rede serve de base para bancos centrais, emissores de stablecoins e iniciativas de tokenização de ativos físicos, beneficiando-se de um mecanismo deflacionário que queima parte das taxas de transação e da geração de rendimento via staking.
Apesar da concorrência de blockchains como Solana, o Ethereum segue como principal plataforma para aplicações descentralizadas e, segundo analistas, dá sinais de que pode alcançar os maiores bolsos de Wall Street em 2025.
Com informações de InfoMoney