Disciplina, paciência e diversificação foram os pontos centrais destacados pelos gestores Flavio Cagno (Kinea), Pedro Carraz (XP Asset) e Alessandro Vedrossi (Valora Investimentos) no painel “Construção de Patrimônio com FIIs”, realizado durante a Expert XP. Segundo eles, os fundos imobiliários (FIIs) permanecem uma alternativa promissora para quem busca retorno consistente ao longo do tempo.
Cagno ressaltou que manter recursos em caixa é fundamental. “Investir R$ 70 mil em vez de R$ 100 mil deixa espaço para aproveitar descontos e evita liquidações forçadas em períodos de baixa”, afirmou. Para o gestor da Kinea, quem sustentou posições mesmo nas fases mais difíceis superou os benchmarks e recuperou valor patrimonial.
Carraz comparou FIIs ao investimento direto em imóveis, destacando menor burocracia, maior eficiência fiscal e gestão profissional. Ele afirmou que é possível montar uma carteira diversificada com diferentes estratégias e classes de ativos — algo difícil com apenas um imóvel físico.
O executivo da XP Asset explicou que fundos de “papel”, focados em recebíveis, tendem a entregar dividendos mais altos, enquanto os de “tijolo” se beneficiam do crescimento econômico, oferecendo potencial de valorização. “A localização continua sendo determinante; ativos bem posicionados mostram resiliência mesmo com juros de dois dígitos”, comentou.
Vedrossi acrescentou que fundos de recebíveis funcionam na prática como renda fixa dentro do segmento imobiliário. Os indexados ao CDI, disse ele, seguem pagando dividendos elevados com baixa volatilidade. Apesar da recente alta do IFIX, o gestor enxerga espaço para ganhos, sobretudo em fundos de shoppings e escritórios.
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Para o representante da Valora, a indústria de FIIs evoluiu e oferece hoje opções multiestratégia, de recebíveis e de tijolo. “Cabe ao investidor escolher o que faz sentido para o seu momento”, observou.
Os três gestores reforçaram que a construção de patrimônio não ocorre em linha reta. “O percurso envolve sustos, mas a recompensa chega para quem sabe onde quer chegar”, concluiu Cagno.
Com informações de InfoMoney