Relatório de emprego fraco impulsiona Treasuries e reaviva apostas em cortes de juros nos EUA

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Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos registraram forte valorização na sexta-feira (2) depois que o relatório de empregos de julho mostrou criação de vagas abaixo do esperado e revisões negativas para meses anteriores, reacendendo a expectativa de redução da taxa básica pelo Federal Reserve (Fed).

Papel curto lidera movimento

A divulgação apontou corte de 258 mil postos nas leituras de maio e junho, surpresa que derrubou os rendimentos dos Treasuries de dois anos em mais de 0,25 ponto percentual – a maior queda diária desde dezembro de 2023. O recuo espalhou-se por todos os vencimentos, mas foi mais intenso na ponta curta, ampliando a diferença entre juros de curto e longo prazos.

Com a reação, contratos futuros de juros passaram a precificar 84% de probabilidade de um primeiro corte já na reunião de setembro e, no mínimo, duas reduções até dezembro.

Estratégia de inclinação volta ao radar

O salto do spread entre os títulos de dois e 30 anos proporcionou ganhos a investidores que mantinham a aposta em uma curva mais inclinada – posição que vinha acumulando prejuízos desde abril. “Ainda gostamos da perspectiva de inclinação da curva de juros e, portanto, estamos satisfeitos com o preço”, afirmou Mark Dowding, diretor de investimentos de renda fixa da BlueBay, da RBC Global Asset Management.

Segundo operadores, o volume negociado em contratos futuros na abertura em Nova York triplicou a média usual, com destaque para papéis atrelados às expectativas de política monetária. Uma operação específica visava se beneficiar de múltiplos cortes iniciando já em setembro.

Virada em relação ao início da semana

O movimento representou reversão brusca em relação ao início da semana, quando investidores reduziram exposição a Treasuries após o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar cautela e descartar cortes iminentes. “Powell basicamente deu sinal verde para ficar vendido, mas o número de empregos foi tão fraco que investidores precisaram cobrir posições”, explicou Tony Farren, diretor-gerente do Mischler Financial Group.

Próximos dados serão decisivos

A gestora Priya Misra, do JPMorgan Investment Management, pondera que o cenário ainda depende de dois relatórios de inflação e de mais um payroll antes da reunião de setembro. “O desemprego continua baixo e o risco de alta da inflação, por causa de tarifas, permanece”, disse.

Além das discussões no Fed, o ambiente ganhou novo ingrediente político após o ex-presidente Donald Trump pedir a demissão da comissária do Bureau of Labor Statistics, acusando o órgão de politizar os números.

Com a volatilidade em alta, investidores avaliam se a fraqueza no mercado de trabalho indica desaceleração mais ampla da economia ou apenas um ruído temporário que reforça, por ora, a busca por segurança nos Treasuries.

Com informações de InfoMoney

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