Spreads encolhem com possível tributação, mas crédito privado ainda é atraente, apontam gestoras

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São Paulo – O avanço de uma Medida Provisória que institui alíquota de 5% de Imposto de Renda sobre rendimentos hoje isentos continua pressionando os spreads do crédito privado, mas a classe de ativos segue oferecendo oportunidades para investidores com gestão ativa, avaliam gestoras reunidas nesta sexta-feira (25) em painel da Expert XP 2025.

De acordo com Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente e head da mesa de crédito core da Itaú Asset, o ambiente de Selic elevada, somado ao debate sobre o fim das isenções, tornou a formação de portfólios mais desafiadora. “Ainda vemos valor nessa classe de ativos para se posicionar”, afirmou. Ela destacou que a redução dos spreads levou algumas novas emissões a serem lançadas “carecas”, isto é, sem prêmio adicional em relação aos títulos públicos equivalentes.

Para Delbem, o caminho é recorrer a fundos com gestão ativa, capazes de identificar quais papéis continuam baratos e quais já não compensam o risco. “O ambiente de spread menor exige cautela e critério do gestor para formar um portfólio que permaneça atrativo”, completou.

Novo imposto motiva busca por emissões ainda isentas

Daniela Gamboa, head de crédito privado da SulAmérica, lembrou que as novas regras tributárias podem entrar em vigor a partir de 2025, mas devem preservar as emissões realizadas até 31 de dezembro do próximo ano. “Este segundo semestre será uma grande oportunidade para montar carteira com opções ainda isentas”, avaliou. Segundo ela, as debêntures continuam chamando a atenção dos investidores e a expectativa é de forte oferta nos próximos meses.

Preferência por CDI e foco em qualidade

Alexandre Müller, sócio e gestor responsável pelos fundos de crédito privado da JGP, ressaltou que os papéis indexados ao CDI são os mais interessantes no momento. Apesar dos spreads mais estreitos, ele defendeu a importância de compor fundos com base sólida e algumas posições táticas. “A gestão do crédito passa por tornar grande parte do fundo mais segura e ter algumas apostas”, disse, enfatizando a necessidade de evitar empresas alavancadas, setores de risco elevado ou com problemas de governança.

Spreads encolhem com possível tributação, mas crédito privado ainda é atraente, apontam gestoras - Imagem do artigo original

Imagem: infomoney.com.br

Para Müller, o foco deve recair sobre operações com garantia sólida e riscos bem controlados, reservando espaço limitado para estratégias pontuais de maior retorno.

No conjunto, os gestores reconhecem que a discussão sobre tributação apertou os prêmios, mas consideram que o crédito privado continua competitivo em relação a outras alternativas de renda fixa, desde que o investidor conte com análise cuidadosa e postura ativa na seleção dos ativos.

Com informações de InfoMoney

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