A seleção de fundos imobiliários (FIIs) recomendada para agosto, elaborada a partir das indicações de dez casas de análise, passou por mudanças relevantes em relação à lista divulgada em julho.
O que mudou
A principal alteração foi a diminuição da fatia destinada aos chamados FIIs de papel — que aplicam em títulos de dívida — e o reforço da posição em FIIs de tijolo, focados em ativos imobiliários físicos. Com a troca, apenas um fundo de papel permanece no portfólio: o KNCR11.
Saíram: RBRR11, KNHF11, MCCI11 e TRXF11.
Entraram: XPML11, GARE11 e PVBI11 — todos da categoria tijolo.
Segundo os analistas, o ajuste reflete a expectativa de redução dos juros a partir de 2025. Taxas mais baixas tendem a estimular crédito, atividade econômica e, consequentemente, setores como varejo, logística e escritórios, o que pode diminuir a vacância e fortalecer os aluguéis.
Os seis fundos listados atendem ao critério de aparecer em pelo menos quatro carteiras entre as dez avaliadas.
Ticker | Nº de recomendações | Desempenho em 30 dias
BTLG11 | 7 | -1,15%
KNCR11 | 6 | -2,09%
BRCO11 | 5 | -0,87%
XPML11 | 5 | -3,08%
GARE11 | 4 | -0,44%
PVBI11 | 4 | -2,56%
Cenário de curto prazo
Apesar do viés mais favorável aos fundos de tijolo, a BB Investimentos recomenda cautela no curto prazo, citando o impacto dos juros elevados sobre operações imobiliárias e resultados das empresas, além de incertezas internas e externas.
Desempenho do Ifix
Imagem: Freepik via infomoney.com.br
O Ifix, índice que reúne os FIIs mais negociados, encerrou julho em 3.436 pontos, queda de 1,3% depois de cinco meses seguidos de alta. A retração foi atribuída às incertezas sobre tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros e à manutenção da taxa básica em 15% ao ano.
BTLG11 — A Monte Bravo destaca a concentração de imóveis no estado de São Paulo, muitos a até 60 km da capital, possibilidade de ampliação dos galpões, reciclagem de portfólio, padrão elevado dos ativos e liquidez no mercado secundário.
KNCR11 — O Itaú BBA cita porte do fundo, liquidez, gestão da Kinea, diversificação da carteira e perfil de renda mais previsível como fatores de proteção em cenários voláteis.
BRCO11 — Para o BTG Pactual, os principais atrativos são a exposição a São Paulo, contratos atípicos que reforçam previsibilidade, ativos de alto padrão, potencial de geração de valor via reformas e boa liquidez.
XPML11 — A Ágora Investimentos reforça a presença em empreendimentos voltados ao público de média e alta renda, como Catarina Fashion Outlet, Cidade Jardim e Shopping Pátio Higienópolis, além de crescimento de 10% em vendas em mesmas lojas e alta de 4% nos aluguéis.
GARE11 — O BB Investimentos ressalta a compra de 15 lojas do Atacadão, a venda de um galpão da BRF em Pernambuco com lucro de R$ 71 milhões e a 7ª emissão de cotas de R$ 400 milhões para adquirir dez ativos de renda urbana.
PVBI11 — De acordo com a XP Investimentos, o fundo negocia a R$ 23.055 por metro quadrado, desconto de 31% sobre o valor patrimonial e de 56,7% frente à estimativa da casa. Além disso, não possui alavancagem e oferece dividend yield anualizado de 8,1%.