A Procter & Gamble (P&G) informou nesta terça-feira que reajustará, já a partir deste mês, os preços de cerca de 25% dos produtos que comercializa nos Estados Unidos. Os aumentos ficarão na faixa de um dígito percentual e têm como objetivo compensar aproximadamente US$ 1 bilhão em custos adicionais gerados pelas tarifas de importação.
Em teleconferência com analistas após a divulgação de resultados, executivos da companhia afirmaram que a volatilidade econômica e a “ansiedade do consumidor” provocadas pelas políticas tarifárias do presidente Donald Trump levaram as famílias a controlarem os gastos. Segundo a empresa, a forte demanda por itens de primeira necessidade — como o papel higiênico Charmin e o detergente para louça Dawn — e o lançamento do Tide Evo, pastilha concentrada para lavagem de roupas, criam espaço para repassar parte dos custos.
Entre as matérias-primas afetadas pelas tarifas estão a fibra de psyllium importada da Índia, utilizada no laxante Metamucil, e óleos provenientes de regiões tropicais, detalhou um porta-voz à agência Reuters.
O diretor financeiro Andre Schulten ressaltou que os consumidores estão mais seletivos, buscando economia por meio de embalagens maiores em atacadistas, compras on-line ou varejistas de grande porte. A empresa também pretende recuperar participação em fraldas Luvs, de preço mais baixo, e na linha de cuidados com a pele Olay.
Para o ano fiscal, a P&G projeta crescimento de vendas entre 1% e 5%. O intervalo ficou abaixo da expectativa média de 3,09% dos analistas consultados pela LSEG. “Há um nível de incerteza que se reflete na nossa projeção”, reconheceu o presidente-executivo em final de mandato, Jon Moeller.
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Na segunda-feira, a companhia nomeou o executivo Shailesh Jejurikar como novo CEO, dando continuidade ao processo de transição de liderança.
Com informações de Fox Business