O décimo aniversário do Ethereum, celebrado nesta semana pela bolsa Nasdaq, reacendeu o debate sobre o futuro dos ativos digitais. Criado por um grupo de desenvolvedores que se reuniu na Suíça em 2015, o projeto sobreviveu a brigas internas, ataques cibernéticos e fortes oscilações de preço, mas hoje alcança valor de mercado estimado em US$ 455 bilhões. A data inspira uma avaliação das principais lições para investidores, segundo especialistas do setor.
Bitcoin é frequentemente visto como “ouro digital”, enquanto Ethereum atua como base para aplicações descentralizadas. Memecoins, como a $TRUMP, dependem de hype; já as stablecoins prometem lastro em ativos tradicionais, como títulos do Tesouro norte-americano. Entender essas diferenças é crucial na hora de investir.
A adoção em massa ainda não aconteceu: transações podem ser caras, lentas e consumidoras de energia, além da volatilidade elevada. Por outro lado, previsões de colapso também não se confirmaram. Bitcoin e Ethereum somam hoje cerca de US$ 2,8 trilhões em valor de mercado, e os aproximadamente US$ 270 bilhões em stablecoins movimentaram volume equivalente ao da Visa no último ano.
Grandes nomes de Wall Street passam a oferecer produtos ligados ao setor. Executivos da BlackRock migram para fundos de investimento em Ethereum, enquanto gestoras como Fidelity e a própria BlackRock lançam ETFs de criptomoedas. Bancos como JPMorgan desenvolvem blockchains proprietárias e stablecoins, ampliando a integração com o sistema financeiro convencional.
Reguladores dos Estados Unidos demonstram interesse em manter a inovação dentro do país. O presidente da SEC, Paul Atkins, defende regras domésticas, ao mesmo tempo em que a família do ex-presidente Donald Trump investe em cripto e o setor intensifica doações políticas. No Departamento do Tesouro, a expectativa é que stablecoins atreladas ao dólar ampliem a demanda por títulos públicos e consolidem a moeda norte-americana no comércio global.
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Além de valorizar ou desvalorizar carteiras, a tecnologia blockchain coloca em xeque pilares do sistema financeiro, como a rede Swift e a hegemonia do dólar. Ao permitir operações paralelas, as criptomoedas estimulam discussões sobre alternativas para pagamentos internacionais e reserva de valor.
Riscos permanecem: conflitos de interesse, fraudes, impacto ambiental e eventuais reflexos na estabilidade financeira. Ainda assim, a evolução das regras de mercado e avanços técnicos indicam que o debate sobre criptoativos deve continuar a ganhar complexidade nos próximos anos.
Com informações de Folha de S.Paulo