A gestora brasileira Arbor Capital alocou 5% de seu fundo em ações da BlackRock, estimando que o lucro operacional da maior gestora de recursos do mundo mais do que dobrará nos próximos cinco anos.
Nas contas da Arbor, o investimento pode render uma taxa interna de retorno (TIR) de 17% ao ano em dólares — equivalente a cerca de CDI + 10% em reais — com baixo risco de perda permanente de capital. A projeção considera o crescimento orgânico, dividendos e recompras. Uma eventual reprecificação do múltiplo de preço/lucro é vista como opcionalidade para aumentar o retorno.
A BlackRock administra US$ 12,5 trilhões em ativos, vale cerca de US$ 170 bilhões na Bolsa de Nova York e negocia a 20 vezes o lucro projetado para 2026, segundo a Arbor.
Fundada em 1988 por Larry Fink, a companhia iniciou atividades com foco em renda fixa, lançou na década de 1990 o sistema de gestão de risco Aladdin e ampliou a oferta de produtos por meio de aquisições. Entre as transações de destaque estão a compra do braço de gestão do PNC Bank, a integração com a Merrill Lynch Investment Managers e, principalmente, a aquisição da Barclays Global Investors, proprietária da família de ETFs iShares.
Os ETFs iShares ganharam escala ao replicar a alocação clássica de 60% em ações e 40% em renda fixa, estratégia que entregou retorno anualizado de aproximadamente 9% em dólar por mais de seis décadas e registrou 81% dos anos positivos desde 1980.
Na carta anual de 2024, Fink propôs um novo modelo de carteira — 50% em ações listadas, 30% em renda fixa e 20% em ativos alternativos, como private equity, infraestrutura e crédito privado — argumentando que boa parte da inovação hoje ocorre fora dos mercados públicos.
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Para atender à demanda por investimentos privados, a BlackRock adquiriu a GIP (infraestrutura), a Preqin (dados de mercado privado) e a HPS (crédito privado). Nessa classe de ativos, a gestora consegue cobrar taxas de administração até seis vezes maiores que as praticadas nos ETFs, além de taxa de performance.
Segundo a Arbor, a migração de alocação sugerida por Fink tende a impulsionar as receitas da BlackRock, que já se beneficiam da valorização dos mercados e da captação líquida constante em seus produtos.
Com uma história de crescimento sustentado, escala global e novas investidas em ativos alternativos, a BlackRock é vista pela gestora brasileira como um ativo “assimétrico” — com potencial de valorização robusto e risco limitado.
Com informações de Brazil Journal