Câmara de Tucson barra megacentro de dados por consumo excessivo de água e energia

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Tucson (Arizona) – O Conselho Municipal de Tucson votou de forma unânime na quarta-feira (7) para interromper todos os trabalhos relacionados ao “Project Blue”, um centro de dados que seria construído em uma área de 290 acres no condado de Pima.

O empreendimento, proposto pela Beale Infrastructure, dependia da aprovação de um acordo de desenvolvimento e da anexação do terreno pela cidade. Embora o Conselho de Supervisores do Condado de Pima já tivesse autorizado a venda da propriedade, localizada ao norte do Pima County Fairgrounds, a decisão final cabia ao município.

Preocupações com recursos

Moradores lotaram as galerias da Câmara para contestar o projeto, apontando o elevado consumo de água e energia. Relatórios apresentados aos vereadores indicam que o centro demandaria mais água do que quatro campos de golfe e exigiria grande quantidade de eletricidade.

“Além do uso de água, havia o problema do uso de energia”, afirmou o vereador Kevin Dahl durante a sessão.

Ligação com a Amazon

Reportagens locais apontam que o cliente do Project Blue seria a Amazon Web Services (AWS). Em nota, a AWS declarou ter conduzido “processos padrão de diligência” no Arizona, mas ressaltou não haver “compromissos ou acordos” firmados para o desenvolvimento do centro. A empresa disse que continua avaliando diferentes regiões para garantir que seus projetos ofereçam valor aos clientes e benefícios às comunidades onde opera.

Reação da proponente

Após a decisão, a Beale Infrastructure classificou a votação como “uma oportunidade perdida para a cidade”. Segundo a companhia, data centers “são a espinha dorsal da economia moderna”.

Câmara de Tucson barra megacentro de dados por consumo excessivo de água e energia - Imagem do artigo original

Imagem: Pilar Arias FOXBusiness via foxbusiness.com

A empresa afirma que o Project Blue geraria US$ 250 milhões em receitas tributárias, criaria 3.000 postos temporários na construção e 180 vagas permanentes com salário médio anual de US$ 64 mil. Também sustentou que a proposta estaria alinhada às metas climáticas de Tucson.

Clima de desconfiança

Para a vereadora Nikki Lee, o debate sobre o Project Blue foi além do próprio empreendimento. “Há uma desconfiança no governo, nas corporações, nas empresas de tecnologia e na privacidade em geral, além do medo da inteligência artificial e da rapidez com que tudo avança”, declarou.

Com a deliberação desta quarta-feira, a administração municipal interrompe oficialmente qualquer andamento relacionado ao centro de dados, deixando o futuro do projeto em aberto.

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