A Carteira Valor de agosto trouxe mudanças significativas na lista dos papéis mais recomendados pelas 16 corretoras participantes. A seleção, divulgada em 4 de agosto de 2025, passou a priorizar companhias de serviços essenciais, bancos e exportadoras, em meio à cautela provocada pelas idas e vindas do pacote tarifário anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Foram 39 ações diferentes sugeridas pelas casas de análise, o menor volume desde dezembro de 2024. Em julho, havia 48 papéis distintos, e em junho, 52.
Pela primeira vez em sete meses, o topo do ranking mudou de mãos. A Telefônica recebeu sete indicações e assumiu a liderança. O Itaú, que ocupava o primeiro lugar desde janeiro, caiu para a segunda posição, citado por cinco corretoras, mesma quantidade atribuída à Petrobras.
1. Telefônica (7 indicações)
A operadora móvel, que detém aproximadamente 98 milhões de clientes e 39% do mercado nacional, foi apontada por seu desempenho financeiro sólido e política consistente de distribuição de proventos.
2. Itaú (5 indicações)
Analistas projetam lucro líquido de R$ 11,6 bilhões no segundo trimestre, 2,1% acima do consenso, com expansão da margem financeira e inadimplência sob controle.
3. Petrobras (5 indicações)
A estabilidade recente do barril de petróleo em torno de US$ 70 e a expectativa de dividend yield de 12% sustentam as recomendações.
4. Bradesco (3 indicações)
Resultado trimestral considerado robusto e sinais de virada operacional impulsionaram o banco à lista.
5. Sabesp (3 indicações)
Crescimento aliado a forte agenda de investimentos e possíveis leilões de novas unidades regionais de saneamento em 2026 reforçam a tese.
6. Equatorial (3 indicações)
A elétrica segue bem-avaliada pela capacidade de alocação de recursos e execução eficiente, com TIR real estimada em 11% ao ano.
Imagem: valorinveste.globo.com
7. Copel (3 indicações)
Analistas apontam que as ações permanecem descontadas e esperam bons resultados no segundo trimestre.
8. Suzano (3 indicações)
A exclusão de papel e celulose da lista de sobretaxas dos EUA e o salto de lucro para R$ 6,3 bilhões no primeiro trimestre chamaram a atenção das corretoras.
9. Embraer (3 indicações)
A retirada de aeronaves da relação de produtos sobretaxados nos EUA reduziu riscos e sustentou as recomendações.
10. Direcional (3 indicações)
O forte ritmo de lançamentos no segmento de baixa renda, dividendos robustos e avaliação considerada atrativa justificaram a estreia da construtora na carteira.
Cada corretora indica cinco ativos; os dez mais citados formam a carteira mensal. Em caso de empate, prevalece o papel com maior volume financeiro médio nos 90 dias úteis anteriores. O retorno é calculado pela variação média simples das ações, sem ponderação por peso.
Em julho, a Carteira Valor recuou 4,22%, ante queda de 4,17% do Ibovespa. No acumulado de 2025 até julho, a carteira sobe 1,69%, enquanto o índice principal avança 10,63%. Nos 12 meses encerrados em julho, a carteira tem alta de 0,85%, contra 4,25% do Ibovespa.
Com informações de Valor Investe