A China declarou nesta segunda-feira (28) que está pronta para trabalhar com o Brasil e demais países da América Latina e do Brics na defesa de “equidade e justiça” no comércio internacional, em resposta à ameaça dos Estados Unidos de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de sexta-feira (1º).
O posicionamento foi apresentado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, durante entrevista coletiva em Pequim. Ele afirmou que Pequim pretende “proteger conjuntamente o sistema multilateral de comércio, centrado na OMC (Organização Mundial do Comércio)”.
Questionado sobre a possibilidade de o mercado chinês absorver produtos brasileiros atualmente destinados aos EUA, como aviões da Embraer, Guo destacou que o país “valoriza a cooperação pragmática com o Brasil na área de aviação e em outros setores” e está disposto a ampliá-la “com base em princípios de mercado”.
O porta-voz também comentou as negociações em curso entre China e Estados Unidos, realizadas em Estocolmo até esta terça-feira (29). Segundo ele, os dois lados procuram, “com base na igualdade, respeito e reciprocidade, aprimorar o consenso e reduzir mal-entendidos por meio do diálogo”.
Perguntado se Pequim aceitaria um acordo semelhante ao fechado entre Washington e a União Europeia, que não atendeu totalmente às demandas europeias, Guo reiterou que “todas as partes devem resolver diferenças econômicas e comerciais por meio de diálogo e consulta em igualdade de condições”.
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A coletiva foi dominada por temas comerciais. Sobre informações de que os EUA suspenderam novas medidas de controle de exportações para viabilizar um entendimento na Suécia, divulgadas pelo Financial Times, Guo não confirmou se a China adotou gesto equivalente.
Ele acrescentou que Pequim “sempre teve esperança” de que Estados Unidos e China implementem “o importante consenso” alcançado na ligação telefônica entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump, ocorrida no início de junho.
Com informações de Folha de S.Paulo