CVM emite circular e especialistas reforçam riscos do copytrade após prejuízos de investidores

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou, no mês passado, uma circular com orientações sobre o copytrade, modalidade em que investidores replicam automaticamente as operações de um operador de mercado líder por meio de plataformas especializadas.

O documento foi divulgado cinco dias depois de a LPK Trader, que segue estratégias da operadora Luana Pires, gerar perdas em aproximadamente 30 mil contratos de dólar futuro pertencentes a 180 clientes. Cada investidor acumulou prejuízos entre R$ 11 mil e R$ 140 mil.

Como funciona o copytrade

No sistema, o usuário abre conta em uma corretora, deposita recursos e conecta o aplicativo de cópia às operações de um trader. Se o profissional destina, por exemplo, 10% do capital próprio a determinado ativo, o mesmo percentual é aplicado automaticamente na conta do seguidor.

Segundo a CVM, a prática configura “recomendação implícita de investimento”, pois o líder influencia decisões de terceiros e recebe remunerações como taxas de adesão, mensalidades ou anuidades.

Risco de liquidez expõe seguidores a perdas

O CIO da casa de análise Underblock, Paulo Camargo, explica que, no mercado futuro, posições precisam ser encerradas no mesmo dia. No episódio da LPK Trader, a quantidade elevada de ordens enviada simultaneamente encontrou baixa liquidez, ampliando as perdas. Para permanecer no serviço, os clientes tiveram de recompor o capital mínimo de R$ 80 mil.

Camargo observa ainda que nem todos os participantes recebem o mesmo resultado financeiro, uma vez que a execução das ordens depende do livro de ofertas e gera diferença de preço — o chamado spread.

CVM emite circular e especialistas reforçam riscos do copytrade após prejuízos de investidores - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Exigências da CVM

A circular determina que pessoas físicas ou jurídicas que oferecem o serviço estejam credenciadas na Apimec Brasil e mantenham transparência sobre:

  • possibilidade de perdas;
  • volatilidade dos mercados envolvidos;
  • ausência de garantia de rentabilidade futura;
  • critérios utilizados pelo trader e modo de cópia das operações.

Análise de especialistas

Para Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV, quem não domina conceitos técnicos transfere o risco ao trader, mas continua responsável pelo dinheiro aplicado. Já a consultora financeira Carol Stange alerta que a promessa de lucros fáceis é enganosa. “Não se trata de renda fixa; existe a possibilidade de perder todo o capital”, afirma.

Entre os cuidados recomendados estão verificar histórico de performance do líder, checar eventuais taxas ocultas e confirmar se o processo de saque é simples. Especialistas acrescentam que, à medida que a base de copiadores cresce, a própria estratégia pode perder eficácia por restrições de liquidez.

Com informações de Folha de S.Paulo

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