São Paulo – O dólar à vista operava perto da estabilidade frente ao real na abertura desta quarta-feira (6), dia em que passa a valer a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Às 9h06, a moeda norte-americana caía 0,04%, cotada a R$ 5,5037 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato com vencimento mais próximo também recuava 0,04%, negociado a R$ 5,540.
O Banco Central anunciou para hoje leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional, visando rolar o vencimento de 1º de setembro de 2025.
Na terça-feira (5), o câmbio encerrou o dia praticamente estável, a R$ 5,506. O Ibovespa avançou 0,13%, alcançando 133.151 pontos.
A entrada em vigor da tarifa norte-americana, a maior já aplicada ao Brasil, mantém os mercados atentos a possíveis desdobramentos na relação comercial entre os dois países. Mesmo com a sobretaxa, cerca de 700 produtos brasileiros foram isentos.
Em Brasília, a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, elevou a tensão política. O governo Donald Trump criticou publicamente a decisão do Supremo, alimentando temores de novas medidas retaliatórias.
Imagem: redir.folha.com.br
No âmbito doméstico, a ata divulgada ontem pelo Comitê de Política Monetária indicou cautela adicional na condução dos juros, citando o cenário externo “mais adverso e incerto” após o tarifaço dos EUA.
Dados divulgados pelo ISM mostraram estagnação na atividade de serviços dos EUA em julho: o PMI caiu de 50,8 para 50,1, contrariando previsão de alta para 51,5. O resultado soma-se ao payroll de sexta-feira, que apontou criação de 73 mil vagas, reforçando sinais de desaceleração da economia americana.
Com o cenário externo volátil e a cautela do Banco Central brasileiro, operadores seguem monitorando fluxo de capital e possíveis ajustes nas expectativas para a Selic.