O Brasil registra crescimento acelerado de fraudes virtuais, com um cidadão sendo alvo de tentativas de golpe a cada oito segundos, de acordo com o advogado e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos. Entre os principais crimes estão clonagem de WhatsApp, falsos links, roubo de dados, clonagem de cartão e engenharia social.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que os casos de estelionato atingiram recorde de 247 ocorrências por hora no país. Ao mesmo tempo, senhas fracas seguem comuns: “123456”, “123456789” e “brasil” lideram o ranking das mais usadas.
Lemos recomenda criar senhas distintas e complexas para cada serviço, prática viável com o uso de gerenciadores que armazenam e preenchem credenciais automaticamente. Dessa forma, o vazamento de uma senha não compromete as demais contas.
Outra orientação é ativar a autenticação em dois ou mais fatores, evitando mensagens SMS devido ao risco de portabilidade indevida do número. Aplicativos autenticadores, como Microsoft Authenticator, ou chaves físicas de segurança — por exemplo, YubiKey — oferecem proteção adicional.
No correio eletrônico, a dica é não clicar em links desconhecidos, mesmo que pareçam legítimos. Golpistas costumam enviar mensagens falsas em nome de bancos, transportadoras ou redes sociais. No WhatsApp, é indicado habilitar o PIN de seis dígitos e restringir a foto de perfil apenas a contatos.
Criminosos conseguem mascarar números de telefone e se passam por bancos em ligações. Lemos alerta para a necessidade de atenção redobrada e destaca que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve acompanhar o problema.
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O especialista sugere consultar periodicamente o “Registrato”, sistema do Banco Central que lista contas, empréstimos e operações de câmbio vinculados ao CPF. Outro recurso é cadastrar o documento no site naomeperturbe.com.br para reduzir chamadas de telemarketing.
Com grande volume de dados pessoais expostos na internet, Lemos afirma que ignorar práticas básicas de segurança digital não é mais uma opção para os brasileiros.
Com informações de Folha de S.Paulo