O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou neste domingo (27) que o cronograma para a aplicação de novas tarifas sobre parceiros comerciais está mantido para 1º de agosto, sem possibilidade de adiamento.
Em entrevista à Fox News, Lutnick destacou que as sobretaxas, que chegam a 50% para o Brasil — uma das maiores alíquotas globais —, começarão a ser cobradas imediatamente. “Não haverá prorrogação nem período de carência. Em 1º de agosto as tarifas estarão fixadas e as alfândegas passarão a arrecadar”, declarou.
Apesar da rigidez no prazo, o secretário disse que o presidente Donald Trump continuará aberto a negociações. O empresariado brasileiro tenta convencer o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a buscar mais tempo antes que as tarifas entrem em vigor.
Até o momento, Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão fecharam acordos que os livram da nova taxa. As tratativas com a União Europeia avançam neste fim de semana na Escócia, onde Trump conduz pessoalmente a discussão. “Esperam chegar a um entendimento, e isso depende do presidente, que lidera esta mesa”, afirmou Lutnick.
As tarifas negociadas com esses países superam o percentual de 10% aplicado desde 2 de abril à maior parte das nações, mas ficam abaixo das alíquotas inicialmente ameaçadas por Trump para combater o que considera práticas comerciais desleais.
Anunciada em cerimônia na Casa Branca no início de abril, a medida provocou forte reação negativa nos mercados globais. Em 9 de abril, o governo concedeu uma pausa de 90 dias, exceto para a China, e posteriormente suspendeu a cobrança sobre smartphones e computadores.
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No fim de maio, um tribunal comercial americano derrubou grande parte das tarifas, ao entender que o presidente havia excedido sua autoridade. No dia seguinte, entretanto, uma corte federal de apelação restabeleceu temporariamente as cobranças enquanto analisa recurso do Executivo.
Com o prazo limite agora confirmado, as empresas afetadas correm para ajustar estratégias comerciais antes que a cobrança comece nos portos e entradas do país.
Com informações de Folha de S.Paulo