O Ibovespa, que acumula alta de cerca de 10% em 2025, pode avançar mais 100% até 2026, segundo a sócia-fundadora da gestora Dahlia Capital, Sara Delfim. A executiva apresentou a estimativa durante o evento Expert XP, em São Paulo.
Delfim afirmou que a bolsa brasileira ainda está “barata”, com cotações aquém do potencial de geração de lucros das companhias listadas. Para que a valorização esperada se concretize, ela elencou quatro condições principais:
A gestora avalia que cortes na taxa básica norte-americana ainda em 2025 tendem a enfraquecer o dólar e favorecer o fluxo de capital para mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Internamente, um ciclo de baixa dos juros dará competitividade à renda variável. Hoje, o CDI rende cerca de 15% ao ano; para superar esse retorno, o Ibovespa precisaria de um novo impulso até dezembro.
Delfim reforçou que as empresas deverão aproveitar o ambiente de custos financeiros menores para elevar ganhos e distribuir parcela mais robusta de dividendos. Segundo ela, um fluxo consistente de proventos reduz a probabilidade de saída dos investidores, sejam institucionais ou pessoas físicas.
A executiva destacou que uma eventual alternância de poder na próxima eleição presidencial pode trazer maior estabilidade ao mercado de capitais, sustentando a trajetória de alta do índice.
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De acordo com a gestora, o movimento altista ao longo de 2025 teve como principal motor a saída de recursos dos Estados Unidos rumo aos emergentes. A partir daqui, Delfim vê “brasilidade” na continuidade dos ganhos, apoiada nos quatro fatores listados.
A expectativa é de que a bolsa reaja de forma antecipada ao corte da Selic — efeito que, segundo a gestora, costuma começar seis meses antes do primeiro movimento oficial. Além disso, Delfim projeta que, já em outubro, o cenário eleitoral de 2026 passará a influenciar os negócios na B3.
Com informações de Valor Investe