Mercado eleva aposta em corte de juros pelo Fed em setembro após relatório de empregos fraco

Anúncio

Os investidores passaram a considerar altamente provável que o Federal Reserve (Fed) reduza a taxa básica na próxima reunião, marcada para 17 de setembro, depois que o último relatório de emprego dos Estados Unidos mostrou criação de vagas abaixo do esperado.

Probabilidade de corte dispara

De acordo com o CME FedWatch, a chance de um corte de 25 pontos-base na reunião de setembro atingiu 90,4% nesta segunda-feira, ante 63,3% há uma semana e 64% no mês passado.

Sequência de decisões

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) manteve os juros inalterados nas cinco reuniões realizadas em 2024, incluindo a mais recente, em 31 de julho. Na ocasião, a expectativa de afrouxamento monetário chegou a cair para 47,3% após declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, consideradas firmes quanto ao combate à inflação.

Duas autoridades votaram pela redução imediata da taxa: Michelle Bowman e Christopher Waller registraram dissenso, algo que não ocorria havia três décadas.

Quadro inflacionário

O índice de despesas de consumo pessoal (PCE), métrica preferida do Fed, apontou inflação de 2,6% em junho, contra 2,3% em maio. O núcleo, que exclui alimentos e energia, subiu de 2,7% para 2,8%. Após esses dados, a probabilidade de corte havia recuado de 46,7% para 39%.

Relatório de empregos decepciona

O relatório de emprego divulgado na sexta-feira indicou abertura de 73 mil vagas em julho, bem abaixo da projeção de 110 mil feita por economistas consultados pela LSEG. Revisões maiores que o usual reduziram em 258 mil o total de postos criados em maio e junho.

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Com esse resultado, o CME FedWatch registrou salto na probabilidade de corte de 37,7% para 73,6% imediatamente após a divulgação. O movimento ganhou força nos pregões seguintes, alcançando os atuais 90,4%.

Posicionamento do Fed

Durante a coletiva pós-reunião de julho, Jerome Powell afirmou que o mercado de trabalho está “amplamente equilibrado” e reiterou que o banco central está preparado para agir caso as condições econômicas piorem ou a inflação volte a acelerar, cenário que inclui a influência de tarifas comerciais.

O próximo anúncio de política monetária está agendado para 17 de setembro.