São Paulo – O economista Samuel Pessôa, pesquisador do BTG Pactual e do FGV Ibre, utilizou sua coluna publicada em agosto de 2025 para argumentar que determinadas funções do Estado devem permanecer acima das disputas partidárias. Entre elas, destacou a política externa conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores e a atuação do cônjuge do chefe do Executivo.
Pessôa recordou a disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB), cursada no ensino médio há cerca de quatro décadas, para exemplificar a diferença entre chefe de Estado e chefe de governo. Segundo ele, em momentos de polarização política, torna-se evidente a importância de figuras que representem a sociedade como um todo, independentemente de preferências eleitorais.
O colunista citou a política externa brasileira sob influência do assessor especial Celso Amorim como exemplo de atuação que, na sua avaliação, não reflete consenso nacional. Ele mencionou críticas recorrentes de parte da opinião pública a posicionamentos como:
Para Pessôa, escolhas desse tipo podem mobilizar apoiadores do governo, mas não contribuem para a sensação de pertencimento de todos os cidadãos a uma mesma comunidade política.
Imagem: redir.folha.com.br
Outra área apontada como símbolo do Estado é a atuação do cônjuge presidencial. O economista observou que primeiras-damas costumam concentrar esforços em pautas de consenso, como combate à pobreza ou ações filantrópicas. Ao comentar episódio em que Rosângela Lula da Silva, a Janja, teria telefonado à então candidata à Prefeitura de Porto Alegre para declarar apoio durante o período eleitoral, Pessôa avaliou que a iniciativa “partidariza” um espaço que, tradicionalmente, se mantém discreto.
Na avaliação do colunista, maior comedimento nessas duas frentes – diplomacia e atuação do cônjuge presidencial – ajudaria a fortalecer valores permanentes da sociedade brasileira.