A diferença de preços entre os bairros de São Paulo impacta diretamente o valor que o comprador precisa ganhar por mês para obter crédito habitacional. Cálculo feito pelo Financiômetro, ferramenta da startup imobiliária Loft, mostra que a renda mínima exigida para um financiamento residencial na capital oscila de R$ 10,1 mil a R$ 93,1 mil, considerando operações contratadas entre março e maio de 2025.
A simulação adota as condições médias oferecidas pelos principais bancos: financiamento de 70 % do valor do imóvel, prazo de 420 meses, parcela inicial determinada pelo sistema de amortização e limite de comprometimento de renda usual do mercado.
Entre as regiões com maior número de transações e preços mais baixos, Campo Limpo, Sacomã, República, Pirituba e Penha lideram a lista. Nessas áreas, a renda necessária para aprovação do crédito varia de R$ 10,1 mil a R$ 12,3 mil, com tíquetes médios entre R$ 316,8 mil e R$ 386,3 mil.
Nos locais de preço intermediário, como Bela Vista, Ipiranga, Saúde, Mooca e Vila Sônia, o salário mensal pedido pelos bancos fica entre R$ 18,4 mil e R$ 22,7 mil. Já em Santo Amaro e Vila Andrade – que registram grande volume de negócios – a exigência sobe para cerca de R$ 29,8 mil e R$ 22,7 mil, respectivamente.
A renda mínima supera R$ 30 mil em distritos como Lapa, Vila Olímpia, Vila Leopoldina, Perdizes e Moema Índios. Nesses casos, os imóveis custam entre R$ 977,7 mil e R$ 1,08 milhão e a primeira parcela pode chegar a R$ 10,0 mil.
Em bairros tradicionalmente valorizados, a exemplo de Pinheiros, Brooklin, Jardim Paulista e Sumaré, a renda mínima exigida oscila de R$ 38,2 mil a R$ 42,2 mil, com tíquete médio acima de R$ 1,2 milhão.
Imagem: Leon Rodrigues via valorinveste.globo.com
Nas regiões de alto padrão – Paraíso, Moema Pássaros, Morumbi, Jardim América, Itaim Bibi e Alto de Pinheiros – a renda mínima necessária para aprovação do financiamento varia de R$ 67,5 mil a R$ 93,2 mil. Nessas áreas, o preço médio dos imóveis supera R$ 2 milhões, e a parcela inicial pode ultrapassar R$ 25 mil.
Tíquete médio, parcela inicial e renda mensal mínima por bairro:
De acordo com Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, as regiões que demandam renda mais alta concentram imóveis de metragem ampla, localização privilegiada e forte procura por famílias e profissionais de alto poder aquisitivo.