A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (29) que o país precisa “com máxima urgência” de uma política nacional para regular a exploração de terras raras. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.
De acordo com Tebet, o governo já avalia mecanismos para estabelecer regras que atraiam investimentos estrangeiros e, ao mesmo tempo, preservem a soberania e o meio ambiente. “Minerar no Brasil tem de seguir nossas normas, com sustentabilidade e proteção da Amazônia”, ressaltou.
Ao comentar as tratativas comerciais com Washington, a ministra disse que há duas pendências centrais: o subsídio ao etanol de milho norte-americano e a regulamentação das terras raras brasileiras. Ela questionou “o que mais os Estados Unidos querem que o Brasil ainda não ofereça”, lembrando que a balança comercial é superavitária para os norte-americanos.
Tebet avaliou que as terras raras podem ser um ponto de interesse dos EUA, pois o Brasil busca tecnologia e capital externo para desenvolver o setor. “Os Estados Unidos podem ter interesse; ninguém está fechando a porta, mas será conforme as nossas regras”, declarou.
A ministra disse que as normas a serem formuladas devem favorecer parcerias entre empresas nacionais e investidores internacionais, garantindo ganhos para ambos os lados. Segundo ela, a China “dificilmente” participaria desses projetos por ser concorrente direta.
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Tebet afirmou ainda que discute o tema desde o período em que ocupava uma cadeira no Senado e que o país não abrirá mão da democracia nem da soberania nas futuras negociações. “Não será um acordo em que 90% da riqueza fique lá fora e 10% aqui”, concluiu.
Com informações de Valor Investe