Sobretaxa de Trump leva indústria de madeira no Brasil a férias coletivas e demissões

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A sinalização de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos de madeira brasileiros, prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partir de agosto, já provoca férias coletivas e cortes de pessoal no setor nacional de madeira processada.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), exportadores suspenderam embarques para os EUA por receio do novo custo, e algumas empresas começaram a reduzir turnos e demitir funcionários.

Impacto imediato

O superintendente da Abimci, Paulo Roberto Pupo, afirma que clientes norte-americanos adiaram ou cancelaram contratos “por precaução”. Com a possível sobretaxa, diz ele, os produtores brasileiros ficariam “fora de jogo” no mercado dos Estados Unidos, destino de cerca de 50% da produção nacional — índice que chega a 100% em alguns casos.

Segundo a entidade, o setor emprega 180 mil pessoas diretamente no país, com 90% da capacidade instalada concentrada na região Sul.

Empresas afetadas

Sudati (compensados e MDF) anunciou a demissão de cerca de 100 dos 2.800 trabalhadores nas unidades de Ventania e Telêmaco Borba, no Paraná. A companhia justificou a medida como necessária para manter o equilíbrio financeiro.

A Brapine determinou férias coletivas para 1.500 de seus 2.500 empregados em Telêmaco Borba e Jaguariaíva (PR). Segundo a empresa, a decisão busca preservar empregos diante da perda de competitividade frente a fornecedores que enfrentam tarifas de 10% a 20% nos EUA.

Sobretaxa de Trump leva indústria de madeira no Brasil a férias coletivas e demissões - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Na Millpar, cerca de 720 dos 1.100 funcionários das plantas de Guarapuava e Quedas do Iguaçu (PR) também foram colocados em férias coletivas. A produção está suspensa, exceto pelas áreas administrativas.

Risco de colapso

Pupo observa que realocar para outros mercados o volume atualmente exportado aos Estados Unidos “não seria simples nem rápido”. Ele defende avanço urgente das negociações diplomáticas entre Brasília e Washington.

“Férias coletivas duram duas ou três semanas”, alerta. “A preocupação é o que fazer quando a produção retomar.”

Com informações de Folha de S.Paulo

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