Pequim – Linhas de montagem altamente automatizadas estão se consolidando como novo destino turístico na China. Fábricas de veículos de “nova energia” e de robôs humanoides passaram a receber grupos de curiosos, impulsionando o chamado “turismo tecnológico industrial”.
A maior planta da BYD, em Xian (província de Shaanxi), recomenda agendar a visita com dez dias de antecedência. Escolas e empresas têm prioridade, mas famílias podem circular de monotrilho entre as unidades e percorrer as linhas de montagem em micro-ônibus aberto.
Em Changxing, próximo a Hangzhou (Zhejiang), a montadora Geely abre as portas aos sábados. Grupos de 15 a 20 pessoas pagam 299 yuan (cerca de R$ 230) por ingresso; crianças precisam ter mais de cinco anos. O uso de câmeras e celulares é vetado para evitar vazamento de informações.
No parque tecnológico de Suzhou (Jiangsu), a Magiclab Robotics permite filmar e fotografar robôs humanoides e cães robôs em fase de testes. Executivos, entre eles o CEO Wu Changzheng, conduzem a apresentação. Start-ups locais, como Leju Robot e AISpeech, veem as visitas como estratégia de marketing.
Desde janeiro, turistas incluem a fábrica da Xiaomi, em Yizhuang (sul de Pequim), no roteiro que tradicionalmente abrange a Grande Muralha e a Cidade Proibida. A unidade produz o modelo SU7, lançado em abril do ano passado, apoiada por 700 robôs e taxa de automação de 91%, entregando um carro a cada 76 segundos. Na área de fundição de 9.100 toneladas, celulares são rigidamente controlados. Visitantes devem usar mangas longas, calças, cabelos presos e evitar saias ou chinelos.
O formato surgiu nos anos 1990, quando o grupo FAW organizou roteiros para mostrar a linha do sedã Hongqi, veículo oficial de autoridades chinesas. O segmento ganhou novo impulso após o estande da Xiaomi na Feira Internacional de Turismo de Xangai, em novembro passado; desde então, ingressos gratuitos para a fábrica são sorteados e revendidos on-line por até 2.000 yuan (R$ 1.540).
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Entre os exemplos bem-sucedidos estão a “fábrica escura” da GAC Aion (Hunan), o parque industrial de caminhões da Sany (Hunan) e a unidade da AgiBot em Xangai, primeira dedicada à produção em massa de robôs humanoides.
Com a expansão das montadoras de carros elétricos e de empresas de robótica, o turismo tecnológico se consolida como novo atrativo no país, somando-se aos roteiros tradicionais e reforçando a imagem da indústria chinesa de alta tecnologia.
Com informações de Folha de S.Paulo