UBS prevê US$ 9 trilhões trocando de mãos no Brasil e desafia modelo de captação dos bancos

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O Global Wealth Report 2025, publicado pelo banco suíço UBS, projeta que aproximadamente US$ 9 trilhões passarão de uma geração a outra no Brasil ao longo dos próximos 25 anos. A transferência patrimonial, considerada sem precedentes, deve alterar a forma como instituições financeiras disputam clientes de alta renda no país.

Hoje, segundo a análise do UBS, o mercado brasileiro segue concentrado em um número restrito de correntistas com elevado patrimônio, cenário que alimenta a competição acirrada entre bancos, corretoras e gestoras. A nova onda sucessória, porém, tende a fragmentar essa concentração ao levar recursos a herdeiros com maior familiaridade digital e menor aversão ao risco.

Desigualdade recorde persiste

O relatório destaca que o Brasil possui o maior Índice de Gini de riqueza entre os 56 países avaliados, reforçando o nível extremo de desigualdade no país. Ainda assim, a mudança demográfica não representa redistribuição social ampla, mas sim uma realocação da riqueza dentro dos próprios grupos familiares.

Novo perfil de investidor

A geração que assumirá o controle desses ativos cresceu em ambiente digital e globalizado. Para esse público, mover recursos entre instituições, no Brasil ou no exterior, se tornou um processo simples. A prática de manter aplicações em diferentes plataformas também deixou de ser vista como problema, reduzindo a fidelização a um único banco ou corretora.

Preparação do mercado

Em entrevista, Daniel Haddad, diretor de investimentos (CIO) da corretora Avenue, afirmou que a empresa desenvolve uma nova esteira de serviços de olho nesse movimento, classificado internamente como “diáspora patrimonial brasileira”. Segundo ele, o público emergente busca atendimento personalizado, sem a necessidade de concentrar todo o portfólio em uma só instituição.

UBS prevê US$ 9 trilhões trocando de mãos no Brasil e desafia modelo de captação dos bancos - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

A projeção do UBS sinaliza, portanto, uma ruptura no modelo atual, no qual grandes players se concentram em “capturar” a carteira de investidores já estabelecidos. Com a chegada de herdeiros mais propensos a diversificar, o setor poderá deixar de ser visto como um “rouba-monte” e passar a disputar espaço em um mercado potencialmente mais fragmentado.

Com informações de Folha de S.Paulo

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